ATA DA DÉCIMA PRIMEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 16.03.1998.
Aos dezesseis dias do mês de
março do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Guilherme
Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e
Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antônio
Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Henrique Fontana, José Valdir, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Nona Sessão Ordinária,
que foi aprovada. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Carlos Garcia, 02 Pedidos de Providências; pela
Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/98
(Processo nº 587/98); pelo Vereador João Dib, os Projetos de Resolução nºs 08 e
09/98 (Processos nºs 711 e 738/98, respectivamente); pelo Vereador Lauro
Hagemann, o Projeto de Lei do Legislativo nº 23/98 (Processo nº 750/98); pelo
Vereador Nereu D’Ávila, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Reginaldo
Pujol, o Projeto de Resolução nº 10/98 (Processo nº 751/98); pelo Vereador
Renato Guimarães, a Indicação nº 12/98 (Processo nº 743/98); pela Vereadora
Tereza Franco, a Indicação nº 11/98 (Processo nº 687/98). Ainda, foram
apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente,
solicitando desarquivamentos: de autoria do Vereador Antônio Losada, dos
Projetos de Lei do Legislativo nºs 139, 212 e 214/97 (Processos nºs 2382, 3758
e 3760/97, respectivamente); de autoria do Vereador Adeli Sell, do Projeto de
Resolução nº 32/97 (Processo nº 3176/67). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs
113/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 01/98, do Vereador
Antônio Gilberto Pes, Presidente da Câmara Municipal de Alegria/RS; 43/98, do
Vereador Antonio Luiz Farias de Freitas, Presidente da Câmara Municipal de
Encruzilhada do Sul/RS; 190/98, da Senhora Wrana Maria Panizzi, Reitora da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A seguir, o Senhor Presidente
registrou o transcurso, no dia quatorze de março do corrente, do aniversário da
Vereadora Tereza Franco. Ainda, por solicitação dos Vereadores Reginaldo Pujol
e Hélio Corbellini, foi feito um minuto de silêncio em memória dos Senhores
Gilberto Medeiros e Tim Maia, falecidos, respectivamente, nos dias quatorze e
quinze de março do corrente. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor
Gerson Rolim, Presidente do Partido Verde em Porto Alegre, que teceu
considerações sobre a política ambiental ora praticada no País, ressaltando a
necessidade de implantação de projetos ambientais que viabilizem melhorias na
qualidade de vida da população de Porto Alegre. Na ocasião, o Vereador Cláudio
Sebenelo formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando que cópias do pronunciamento do Senhor Gerson Rolim fossem
distribuídas aos Senhores Vereadores. Às quatorze horas e vinte e sete minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas
e vinte e oito minutos, constatada a existência de “quorum”. A seguir, foram apregoados os seguintes
Requerimentos: da Vereadora Sônia Santos, solicitando, nos termos do § 6º do
artigo 218 do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador
Eliseu Sabino, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Jocelin Azambuja, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Educação, Cultura e Esportes; do Vereador João Motta, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde, no período de dezesseis a dezoito de março do
corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Cyro Martini, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Constituição e Justiça. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 13/98, discutido pelos Vereadores
Juarez Pinheiro e João Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº 07/98, discutido
pelos Vereadores João Dib e Guilherme Barbosa, o Projeto de Resolução nº 04/98,
discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 04 e 12/98, os Projetos de Lei do Executivo nºs 05 e 06/98; em
3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 07/97,
discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Adeli Sell, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 144/96, 173, 213 e 180/97, este discutido pelo Vereador
Reginaldo Pujol, 07, 11 e 03/98, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol,
os Projetos de Resolução nºs 44/97 e 05/98, este discutido pelo Vereador
Reginaldo Pujol. Na ocasião, foi apregoado Requerimento do Vereador Cyro
Martini, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando juntada de documentos ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 180/97 (Processo nº 309/97). Também, foi
apregoado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando, nos termos
do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a
Vereadora Anamaria Negroni, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro Hagemann leu trechos de nota divulgada
hoje pela imprensa, intitulada "A luta pela paz social - O MST e a
barbárie" subscrita pelo Instituto de Estudos Empresariais, na qual são
feitas análises referentes à política de reforma agrária adotada no País, manifestando-se
contrariamente ao teor da referida
nota. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou as presenças da Senhora Margarete Costa Moraes,
Secretária Municipal da Cultura, e do
Senhor Ubiratan de Souza,
Coordenador do Gabinete de Planejamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre
- GAPLAN. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt referiu-se aos
carros alegóricos abandonados pelas entidades carnavalescas em vários pontos da
cidade, solicitando que o Departamento Municipal de Limpeza Urbana tome as
providências necessárias a fim de proceder a remoção dos mesmos. Ainda, relatou
problemas verificados na estrutura viária localizada próxima ao Colégio João
XXIII. O Vereador João Dib, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Lauro
Hagemann, comentou as opiniões manifestadas pelos signatários da nota hoje
publicada pelo Instituto de Estudos Empresariais, relativa ao modo como vem
sendo encaminhado o processo de reforma agrária no Brasil. O Vereador Carlos
Garcia teceu críticas a determinações da Caixa Econômica Federal, que aumentou
o valor das prestações dos empréstimos habitacionais e pretende incluir o nome
de mutuários inadimplentes com prestações imobiliárias no cadastro do Serviço
de Proteção ao Crédito. Também, defendeu a implantação de um sistema de
estacionamento rotativo “Área Azul” nas imediações da Estação Rodoviária de
Porto Alegre. A Vereadora Maria do Rosário criticou a proposta do Governo do
Estado de privatização da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio
Grande do Sul - PROCERGS, analisando o processo de desestatização dessa
empresa, o qual se encontra suspenso por decisão judicial de caráter liminar.
Após, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, deferido pelo
Senhor Presidente solicitando que a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos faça um acompanhamento do caso da funcionária Miriam da Fontoura
Oliveira, vítima de atentado neste fim-de-semana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Pedro Ruas, ao referir-se à implantação do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL,
discorreu sobre a importância da criação de mecanismos legais que possibilitem
uma efetiva proteção aos direitos trabalhistas fundamentais, destacando não
existir legislação internacional em vigor sobre o assunto. A Vereadora Sônia
Santos relatou visita feita a famílias que ocuparam área pública na Estrada Antônio
Severino, no Bairro Rubem Berta, salientando os problemas ali observados e
solicitando providências junto à Prefeitura Municipal, a fim de que sejam buscadas
as soluções necessárias para a situação. A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi apregoado Requerimento do
Vereador Gerson Almeida, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia
de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maristela
Maffei, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio
Ambiente. Foi rejeitado Requerimento verbal da Vereadora Maria do Rosário,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, votando-se, antes da apreciação dos vetos em pauta, o Projeto de
Lei do Executivo nº 66/96, o Projeto de Lei do Legislativo nº 98/96, o
Projeto de Lei do Executivo nº 53/97 e o Projeto de Lei do Legislativo nº
177/97, por treze votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Antonio Hohlfeldt, Maria do Rosário,
João Dib, Reginaldo Pujol e Carlos Garcia, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado
Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio
Schauren, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, José Valdir, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães, Cyro Martini e Maristela
Maffei e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn,
João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e
Jocelin Azambuja. Na ocasião, face às Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores
Maria do Rosário, Jocelin Azambuja e Clovis Ilgenfritz, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca das disposições legais que regem a ordem de
apreciação dos projetos durante a Ordem do Dia e sobre as determinações regimentais
que vedam manifestações nas galerias do Plenário. A seguir, o Senhor Presidente
solicitou o afastamento de pessoa presente na Sessão, nos termos do parágrafo
único do artigo 142 do Regimento. Às dezesseis horas e trinta e dois minutos, o
Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais,
tendo sido retomados às dezesseis horas e trinta e cinco minutos, constatada a
existência de "quorum". Após, foi aprovado Requerimento verbal da Vereadora
Maria do Rosário, solicitando alteração na ordem de apreciação dos vetos
constantes da Ordem do Dia. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que o Vereador
Hélio Corbellini estará representando a Casa em Ato Ecumênico a ser realizado
hoje, às dezessete horas e trinta minutos, em memória dos adolescentes mortos
na Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor - FEBEM. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 132/97,
considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por vinte e oito votos SIM
e três ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro,
Reginaldo Pujol, Cyro Martini, Cláudio Sebenelo, Nereu D'Ávila, Isaac Ainhorn,
José Valdir, Guilherme Barbosa, Fernando Záchia, Jocelin Azambuja, João Dib e
Décio Schauren e encaminhado à votação pelos Vereadores Pedro Ruas, Fernando Záchia,
Cláudio Sebenelo, Carlos Garcia, Juarez Pinheiro e Gilberto Batista, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos
Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do
Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia
Santos, Tereza Franco, Cyro Martini, Gilberto
Batista, Jocelin Azambuja e
Maristela Maffei, tendo optado pela Abstenção os Vereadores Clovis
Ilgenfritz, José Valdir e Nereu D'Ávila e tendo apresentado Declaração de Voto
os Vereadores José Valdir e Clovis Ilgenfritz. Durante a apreciação do Projeto
de Lei do Legislativo nº 132/97, os Vereadores Antônio Losada, Paulo Brum e
Tereza Franco cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores
Juarez Pinheiro, Fernando Záchia e Jocelin Azambuja. Na ocasião, o Senhor
Presidente, face a solicitação Vereador José Valdir, prestou informações acerca
da Representação Externa exercida, no dia de hoje, pelo Vereador Hélio
Corbellini; face a questionamentos dos Vereadores Isaac Ainhorn, Nereu D'Ávila,
Maria do Rosário e João Dib, prestou esclarecimentos acerca da disposição
física das tribunas dos Senhores Vereadores no Plenário Otávio Rocha,
ressaltando que este assunto será tema da próxima reunião da Mesa Diretora com
o Colégio de Líderes; face à Questão
de Ordem do Vereador Jocelin Azambuja, prestou informações acerca das disposições
regimentais relativas à manutenção da ordem nas galerias do Plenário, durante o
andamento das Sessões; face a Questões de Ordem dos Vereadores João Dib,
Cláudio Sebenelo, Maria do Rosário, José Valdir e Nereu D'Ávila, prestou
informações acerca da apresentação de Declaração de Voto pelos Senhores Vereadores.
Também, o Vereador Nereu D'Ávila formulou Requerimento verbal, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando que a Comissão de Constituição e Justiça
emita Parecer acerca da apresentação de Declaração de Voto pelos Senhores Vereadores.
Ainda, o Senhor Presidente convidou a todos para visitarem a exposição
"Natureza Baiana", da fotógrafa Cláudia Alves, na Avenida Cultural Clébio Sória. Também,
foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, por dezenove votos
SIM, sete votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Pedro Ruas, tendo votado
Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Décio Schauren, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana,
Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro Martini, Gilberto Batista e
Jocelin Azambuja, Não os Vereadores Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis
Ilgenfritz, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann e Maristela Maffei e tendo
optado pela Abstenção os Vereadores Maria do Rosário e Pedro Ruas. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 88/97,
considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por vinte e nove votos
SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro Martini, Gilberto Batista,
Jocelin Azambuja e Maristela Maffei. Na ocasião, o Vereador
Reginaldo Pujol, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca deste Projeto.
Ainda, o Senhor Presidente, face às Questões de Ordem suscitadas pelo Vereador
Isaac Ainhorn, prestou informações sobre o "quorum" a ser observado
durante a discussão de projetos constantes na Ordem do Dia. Em continuidade,
por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn, foi realizada verificação de
"quorum", sendo constatada a presença de doze Vereadores, dando-se
continuidade aos trabalhos. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº
42/97, com Veto Parcial. Na ocasião, foi votado Requerimento de autoria do
Vereador Isaac Ainhorn, solicitando seja adiada a discussão, por uma Sessão, do
Projeto de Lei do Executivo nº 42/97, com Veto Parcial, obtendo seis votos SIM
e dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelo Autor, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Fernando
Záchia, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia
Santos e Não os Vereadores João Dib e Nereu D'Ávila, votação esta declarada
nula pelo Senhor Presidente, face à inexistência de "quorum"
deliberativo. Às dezenove horas e dezesseis minutos, constatada a inexistência
de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Luiz Braz, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez
Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, antes que ocorra a Tribuna Popular
ocupada pelo Partido Verde, queria requerer a V. Exa., tendo em vista o
passamento do Dr. Gilberto Medeiros - irmão do Diretor-Geral desta Casa, que no
início dos anos 60 chegou a assumir a Vereança na condição de um dos
integrantes da extinta União Democrática Nacional -, que a Casa preste uma
homenagem ao Dr. Gilberto Medeiros com um minuto de silêncio.
O SR. HÉLIO
CORBELINI (Requerimento): Sr. Presidente, que também esta Casa se irmane com o falecimento do
companheiro do PSB, quase candidato ao Senado, Tim Maia, que também faleceu
neste final de semana.
O SR.
PRESIDENTE: Atendendo
aos Requerimentos, solicito que façamos um minuto de silêncio.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O Sr. Gerson Rolim,
Presidente do Partido Verde, está com a palavra.
O SR. GERSON
ROLIM: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, boa tarde. O assunto que será tratado nesta
Tribuna Popular refere-se à política ambiental na Região Metropolitana. Todos
conhecemos os problemas da Região Metropolitana. Eu vou abordar o princípio de
qualquer política ambiental que é a questão indígena. Então quero solicitar uma
política indígena para Porto Alegre.
No momento em que inicio
este discurso, não é possível imaginar o que está acontecendo no mesmo
instante, aqui, lá, ou em qualquer lugar que a nossa imaginação possa alcançar.
Podemos imaginar o que quisermos, mas nossa inteligência refere-se apenas
àquilo que temos certeza de que seja correto e significativo.
Possuidor de valor de
interesse para nossos interlocutores, a nossa manifestação reveste-se e possui
personalidade de fatos acontecidos e de proposições que se destinam a quem
conosco mantém o canal de comunicação. Disso se retira o que seja interessante
ou que possa provocar curiosidade, expectativa, contrariedade ou sentimento de
justiça e solidariedade. Não tratarei aqui da verdade absoluta, a verdade única
só existe para quem cria a sua própria lógica e maneiras de maculá-la, trata-se
de uma evidência que não carece de provas, como se fosse possível fazer essa inversão. Durante as nossas vidas,
qualquer acontecimento requer uma lembrança remota ou apontada neste próprio instante em que isoladamente
acontece, mas fatos históricos não acontecem isoladamente, e sim inseridos em
algum contexto que se estabelece
cronologicamente ou por aproximação, independente de pragmatismo ou da
visão historicista que se possa questionar. O que são episódios
na história da humanidade, comparada com a idade da galáxia, do cosmos ou de
qualquer expansão que se tenha por medição? Quinhentos anos são quase nada, mas
para o povo é muito, em quinhentos anos pode-se ter de tudo um pouco ou de nada
bastante. Temos ancestrais por todo o
passado e os seus atos refletidos em nós é a conseqüência que temos
de carregar para o resto da vida e serão repassados aos nossos descendentes, pois o homem, o ser humano,
com os seus gestos, não busca um futuro de paz, harmonia e preservação, busca a
guerra, a disputa de poder, fomenta desejos contrários, dogmas renitentes e
exploração do saber, da natureza e do possível.
O possível é restritivo, mas a possibilidade é o que
pode ou não ser tentado, deixado de fazer, de ser. Isso tudo, mesmo no cotidiano, é percebido, alguém que resolvemos não cumprimentar, a emissão de gases, a vaidade do poder e o
controle do que consideremos nosso, pois a propriedade é o mal da humanidade. O
sentido de propriedade não resiste fora
dos fatores descritos acima. Alguém diz meu carro, meu lápis, meu amigo, meu
avião, minha mulher, meu filho; só não tem sentido de propriedade quando se
fala em meu corpo, minha alma, meus sentimentos, minha autonomia. É dentro da
autonomia, que para um povo é autodeterminação, que está o futuro. Na
proximidade dos Quinhentos Anos da chegada dos nossos ancestrais europeus, algo nos vêm à memória, o conjunto
e o que permite os fatos históricos. Nas reservas e nas imediações de algumas cidades ainda vivem descendentes
indígenas, as famílias se agrupam nessas áreas, mantendo tradições, mas
enfrentando a vida à margem de uma sociedade que não os trata como cidadãos.
É muito comum historiadores
afirmarem terem sido naturais as causas da mortandade e do decréscimo
populacional dessas comunidades. Uma série de epidemias, e não a violência do
colonizador, seria a grande responsável pelo acelerado desaparecimento das populações. A unificação bacteriológica
mundial, conseqüência da expansão marítima européia, seria a causa da
verdadeira hecatombe populacional americana.
Nos últimos anos nos é
apresentada a tragédia dos povos nativos da América como parte de um destino
inevitável. Ou seja, um choque entre duas civilizações irremediavelmente
estranhas. Entre nós e sua cultura existiria uma espécie de cortina
indevassável que impediria qualquer diálogo ou compreensão. O que temos, enfim,
é um genocídio silencioso, morte após morte, o maior genocídio da história da
humanidade, que continua ocorrendo, e com ele, a morte da possibilidade de uma
relação com os elementos da natureza e seus potenciais.
Vale citar o final de um
discurso de um velho tupinambá em 1612, no
Maranhão, quando os franceses propunham uma aliança antiportuguesa com o
seu povo: "Não creio, entretanto, que tenhais, o mesmo fito que os peró
(portugueses); aliás, isso não me atemoriza, pois velho como estou nada mais
temo. Digo, apenas, simplesmente o que vi com meus olhos".
Viemos aqui cobrar dos
legisladores medidas que não são tomadas em nível municipal. Na
responsabilidade que possui Porto Alegre por ser um centro de uma região
metropolitana, e por ser essa uma causa da humanidade, e portanto, uma questão
da chamada civilização, dez minutos são minúsculos demais para colocar o mínimo
de resgate necessário aos indígenas. Tempo completamente exíguo então, se
comparado com a idade de um ecossistema.
Cabe agora aproximar o
possível da possibilidade para salvarmos a possibilidade que a civilização não
terá, se perdermos os ensinamentos dos índios e progredir nos condenando a um
mundo vazio. O possível, senhoras e senhores, é demandar para as
"reservas" as mesmas coisas que são solicitadas nas cidades,
adaptando-as. Porém, a possibilidade é, se os indígenas dependem da caça, da
pesca e da agricultura, e se os recursos por culpa nossa estão diminuindo,
façamos dessas reservas como que fazendas arqueológicas. Aproveitemos as
tecnologias limpas para o manejo do solo; além do tratamento das águas dos rios
e a criação de açudes ou lagos para a pesca, plantações de árvores silvestres,
cultivo de plantas medicinais. Aproveite-se o artesanato, com a criação de um
calendário turístico pelas aldeias para exposições da produção local. Esse
turismo seria orientado, evitando qualquer tipo de distúrbio ambiental, porque
há coisas irrecuperáveis, como as doenças provocadas pelos contatos
civilizatórios. Os indígenas não produzem lixo não-orgânico. Com a subsistência
e autonomia garantidas, não será necessário buscar a sobrevivência nas ruas das
cidades.
Tratemos aqui de um resgate.
E resgatando as pessoas, elas podem muito nos ensinar, porque ao ser resgatada
em sua essência, aciona a auto-estima, que é o elemento primordial da
felicidade. E se isso não acontecer, o fim, a que todos nós chegamos, poderá
chegar mais cedo. Do contrário, o contato que fizermos agora, completamente
diferente do que se tem feito, possibilitará que nenhuma força nos dissuade de
promover a harmonia do homem com a natureza, um futuro de paz e preservação em
nossos corações. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Para
um requerimento, tem a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO (Requerimento): Pela extraordinária importância do que nos falou o Dr. Gerson Rolim,
por estarmos este ano votando o Plano Diretor de Porto Alegre e pela convicção
de que é indispensável um Plano Diretor com vistas aos fenômenos ambientais de
Porto Alegre, solicito a esta Presidência que entregue a cada Vereador uma
cópia de tudo o que falou para nós em sua brilhante exposição, o Dr. Gerson
Rolim.
O SR.
PRESIDENTE: Acolho
o Requerimento de V. Exa. e solicito a nossa Diretora Legislativa que requeira
os apanhados taquigráficos para que possamos fazer as cópias necessárias para
serem distribuídas aos Srs. Vereadores.
Agradecemos a presença em
nosso Plenário do Sr. Gerson Rolim, Presidente do Partido Verde de Porto Alegre
e, também, do Sr. Raul Selva, que é Secretário de Formação e de Informação.
Vamos suspender os trabalhos
por 30 segundos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos
às 14h27min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 14h28min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Eliseu Sabino solicita licença
para tratamento de saúde no dia 16 de março de 98.
O Ver. João Motta solicita
licença para tratamento de saúde no período de 16 a 18 de março de 98.
(Obs.: Foram aprovados os
Requerimentos de Licença dos Vereadores Eliseu Sabino e João Motta, e dada
posse aos Suplentes, conforme consta da Ata.)
1ª SESSÃO
PROC. 0597/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
013/98, de
autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dispõe sobre a obrigatoriedade de
colocação, nos ônibus e lotações, de, no mínimo, dois recipientes para coleta
de lixo.
PROC. 0685/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
007/98, que
altera a ementa e os artigos 1º e 5º da
Lei nº 7679, de 19 de outubro de 1995, relativa à associação do Município à
Instituição Comunitária de Crédito - PortoSol.
PROC. 0509/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/98, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que confere a Luiz Carlos Barbosa Lessa o Prêmio
Tradicionalista Glaucus Saraiva.
2ª SESSÃO
PROC. 0479/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
004/98, de
autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre o uso dos espaços publicitários
nos ônibus da Companhia Carris Porto-Alegrense para campanha educativa contra a
violência à mulher.
PROC. 0585/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
012/98, de
autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que autoriza o Executivo Municipal a
instituir concurso com vistas à construção de um monumento em homenagem aos 500
anos do descobrimento do Brasil e dá outras providências.
PROC. 0631/98 -PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
005/98, que
adapta o Plano Classificado de Cargos dos Funcionários no Departamento
Municipal de Água e Esgotos à Lei nº 6309, de 28 de dezembro de 1988.
PROC. 0632/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
006/98, que
transfere ao Município de Porto Alegre uma área de terras de propriedade do
Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. 2315/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
144/96, de
autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Bairro Campo Novo a área onde se
localizam as atuais Vilas Campo Novo, Aberta dos Morros, Morro Agudo,
Loteamento Santa Marta, Chácara dos Japoneses, Granja Bela Vista, Loteamento da
Vila Lavoura, Loteamento Imperial, Conjunto Residencial Vitória Régia, Beco dos
Rossatos.
PROC. 0925/97 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/97, que autoriza a
dissolução da Empresa Porto-Alegrense de Turismo S/A - EPATUR e dá outras
providências.
PROC. 2962/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
173/97, de
autoria da Vera. Maria do Rosário, que acrescenta inciso IV ao art. 1º da Lei
nº 7084/92, que condiciona a contratação de obras, projetos, serviços e
fornecimentos ao Município de Porto Alegre à apresentação de certidão Negativa
de Tributos Municipais, expedida pela Secretaria Municipal da Fazenda,
Certificado de Regularização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço,
fornecido pela Caixa Econômica Federal, e Certidão de Regularidade de Situação
expedida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social.
PROC. 3095/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
180/97, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que obriga a Rede Pública Municipal de Ensino
a incluir em seu currículo a disciplina de Educação no Trânsito.
PROC. 3759/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
213/97, de
autoria do Ver. Hélio Corbellini, que cria o Bairro Mário Quintana,
compreendendo as atuais Vilas Chácara da Fumaça, Valneri Antunes, Safira Velha,
Safira Nova, Batista Flores, Venceslau Fontoura, Timbaúva e Passo Dorneles.
PROC. 0478/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
003/98, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que disciplina as reclamações relativas à
prestação de serviços públicos.
PROC. 0495/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
007/98, de
autoria do Ver. Hélio Corbellini, que altera o art. 3º da Lei nº 8.118, de 05
de janeiro de 1998, e dá outras providências.
PROC. 0525/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
011/98, de
autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que autoriza o Executivo Municipal a
implantar placas de sinalização indicativa de rotas alternativas em casos de
alagamentos nas vias públicas de Porto Alegre.
PROC. 3751/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/97, de autoria do Ver. Cláudio
Sebenelo, que concede o Prêmio Ecologista do Ano ao Engº. Gabriel Knijinik.
PROC. 0511/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/98, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que concede ao instrumentista gaúcho Renato Borghetti o Prêmio
Artístico Lupicínio Rodrigues.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, distinta comunidade que acompanha esta Sessão
Ordinária da Câmara Municipal de Vereadores. Estamos apresentando a esta
Casa Legislativa, em primeira Sessão de
Pauta, o Projeto de Lei que dispõe sobre a obrigatoriedade da colocação de
recipientes nos ônibus e nas lotações da Cidade para a coleta de lixo.
Nós vivemos, apesar dos
pesares, numa Cidade que é considerada
a capital com melhor qualidade de vida. Muitas razões contribuem para essa
honrosa designação para Porto Alegre,
entre elas, por exemplo, a realização, com absoluto êxito, da coleta seletiva
de lixo em nossa Cidade. Por óbvio, com tanta complexidade, numa Cidade com
problemas que vêm de longos anos, e alguns de difícil solução, nem tudo é
possível de se resolver de uma hora para outra.
No que tange à questão da
coleta de lixo nos ônibus, nos coletivos, nas lotações, verificamos que em outras
cidades como, por exemplo, Buenos Aires, isso já é uma prática costumeira.
Neste sentido, estamos propondo à consideração dos Srs. Vereadores para o
Projeto de Lei que determina que os permissionários do transporte coletivo,
abrangendo os ônibus e as lotações, fiquem obrigados a colocar, no mínimo, dois
recipientes: um na entrada, na parte traseira do ônibus, e o outro, na saída.
Essa iniciativa faz com que
se reduza o número de pessoas que, por problemas de ordem cultural e,
principalmente, pela inexistência de local adequado, obrigam-se, às vezes, a
jogar esse lixo no chão do coletivo ou pela janela dos ônibus.
É lógico que esse lixo dessa
forma jogado, seja no chão do coletivo, seja pela janela, acaba indo para as
bocas-de-lobo que acabam entupindo e gerando problemas desagradáveis a esta
Cidade.
Neste sentido a nossa
proposta, além de buscar minorar esse problema, caro Ver. Cláudio Sebenelo, a
quem já vou conceder o aparte, busca também adequar-se ao Código de Trânsito
recentemente promulgado e sancionado pelo Presidente da República.
O Sr. Cláudio
Sebenelo:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiro, queria
cumprimentar V. Exa. pela felicidade do Projeto. Em segundo lugar, quero
complementar que o seu Projeto tem um alto alcance educativo, porque a pessoa
ao ter a possibilidade de se desfazer do lixo pessoal em uma latinha de lixo no
ônibus, está exercendo, inclusive, um processo de auto-educação, que não
poderia fazê-lo agora, por exemplo, porque não existe isso.
Isso, na minha opinião, vem
a completar uma lacuna dentro do mobiliário do ônibus, que não permite que as
pessoas guardem o lixo. Então, instintivamente, jogam-no pela janela.
O processo educacional é
importantíssimo. Quero lhe dar os parabéns, Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO:
Muito obrigado, Ver. Cláudio Sebenelo, partindo de V. Exa., que é um parlamentar que tem se preocupado com essas
questões, só me deixa honrado. E V.Exa com suas palavras até coloca de uma
maneira mais adequada a preocupação deste Vereador.
A Sra. Maria
do Rosário: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Também quero cumprimentá-lo pela
brilhante iniciativa, acho que tem um caráter educativo. E dizer a V.Exa. que
lhe passarei às mãos matéria sobre a qual legislei, legislação de minha
autoria, que também trabalha com elementos dessa natureza, que V. Exa. certamente tem conhecimento, já que
na última legislatura nós trabalhamos ... Portanto, a legislação proposta por
V. Exa complementa uma legislação de
nossa autoria que foi aprovada na legislatura passada.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO:
Obrigado, Vera. Maria do Rosário.
São essas as razões, Srs.
Vereadores, e nós contamos que após os trâmites regimentais nas diversas
comissões desta Casa, venhamos aprovar esta iniciativa, que por certo colocará
nossa Cidade em um patamar ainda mais avançado na questão da coleta do lixo,
relativamente, a outras capitais. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu fico sempre preocupado com a quantidade de leis
feitas nesta Casa. Hoje o nobre e eminente Ver. Juarez Pinheiro está propondo
cestas de lixo para facilitar a coleta dentro dos ônibus. E aí vejo que não é
nada fácil atender ao que pretende o Ver. Juarez pinheiro. Diz ele no art. 2º
do seu Projeto de Lei, que deve ser colocada uma cesta de lixo na frente; outra, nos fundos do ônibus. Agora, não
podemos esquecer que há, no mínimo, 47 passageiros sentados em cada ônibus e,
na hora de maior movimento, chega a transportar 80, 90, 100 passageiros. Se é
para facilitar a colocação do lixo produzido dentro do ônibus em uma cesta,
quem está sentado como levantaria para ir depositá-lo na cesta que fica na
parte da frente, ou na parte de trás do ônibus? Na verdade, precisamos de mais
educação. Educação que, infelizmente,
não se consegue por lei.
O Sr. Juarez
Pinheiro: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro Ver. João Dib. Na nossa
proposta constam "recipientes" e não cestos. O Projeto está entrando
em 1ª Sessão de Pauta e dispõe de, no mínimo, dois recipientes: no sentido de
facilitar para os passageiros que ficam do lado da roleta, na entrada do
ônibus, possam depositar o lixo; outro, na parte da frente, próximo do
motorista.
Quero dizer que essa é uma
obrigatoriedade do nosso Código de Trânsito, que pune o passageiro que jogar
lixo pela janela. Então, como vai-se punir uma pessoa por jogar lixo se ela não
tem, na verdade, um local adequado para depositá-lo.
Obrigado, Ver. João Dib, eu
me distingo por V. Exa. ter comentado o meu Projeto.
O SR. JOÃO
DIB: Sou
grato ao aparte de V. Exa., mas devo dizer que não é bem assim, porque as
pessoas estarão sentadas, o ônibus estará lotado, e haverá dificuldade de as pessoas
se locomoverem para depositar o lixo nos respectivos recipientes - que não
seriam cestos de lixo como tem normalmente na Cidade -, de qualquer forma
precisaria um para cada banco. Mas a lembrança do Ver. Juarez Pinheiro talvez
sensibilize os usuários e eles passarão a não jogar lixo pela janela.
O Sr. Cláudio
Sebenelo: Esse
Projeto, pelo debate que permite, me indica duas coisas fundamentais: primeiro,
onde colocar o recipiente para que o lixo seja mais facilmente recebido,
parece-me que se trata de um problema de desenho industrial; segundo, as
pessoas irão se condicionar e o condicionamento faz parte, na minha opinião, de
um processo educativo extremamente importante, principalmente, quando o
aglomerado interno do ônibus tem como resolver esse tipo de problema, pois, às
vezes, é um dilema jogar fora ou ficar com alguma coisa na mão que possa nos
sujar. Eu acho que o Projeto é altamente meritório.
O SR. JOÃO
DIB: Sou
grato a V.Exa. pelo aparte.
O Sr. Antônio
Losada: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Esse Projeto complementa um trabalho desenvolvido pelo DMLU junto às
comunidades, creches e escolas, no sentido de educar a população para a questão
da limpeza da Cidade.
O SR. JOÃO
DIB: Sou
grato, nobre Vereador. Às vezes, as leis trazem solução, mas podem também
trazer problemas. Vejam V. Exas. que hoje temos um grande problema a ser
examinado. A Prefeitura diz que quer expandir a atuação do Banco PORTOSOL para
a área metropolitana, pois atenderam cinco mil pequenos empreendedores na
Capital. Setenta por cento são renovação, o que vale dizer que deve ter
atendido mais ou menos três mil pessoas. Então, precisa muito mais gente para
ser atendida. De qualquer forma, um banco precisa saber fazer contas. Dizem que
a média de empréstimo foi R$ 1.600,00; cinco mil, vezes 1.600,00, daria oito
milhões, e não sete milhões e quinhentos mil, como informam que foi dado de
empréstimo à comunidade porto-alegrense. Acho que precisa ser muito bem
examinado esse Banco, que está instalado, contrariamente ao que determina o
Plano Diretor, no andar térreo de um prédio na General Vitorino. Deve ser bem
examinado e não deve passar com urgência, com pressa, sem ver os benefícios que
estará trazendo aos munícipes e, sim, mais tarde, pensar na extensão da área de
atuação do Banco. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tanto a Pauta como a Ordem do Dia de
hoje transformam esta numa Sessão excepcional, dado o grande número de projetos
que se encontram na discussão preliminar e, fundamentalmente, os 14 projetos
que devem ser votados pela Casa no dia de hoje, entre os quais se incluem 10
vetos que, certamente, gerarão alguma polêmica neste Plenário. Da minha
autoria, Sr. Presidente, existe, em discussão preliminar, o Projeto de
Resolução nº 04/98, que confere a Luiz Carlos Barbosa Lessa o Prêmio
Tradicionalista Glauco Saraiva. Ainda da minha autoria temos, na discussão
preliminar, um Substitutivo ao Projeto de Lei do Executivo nº 07/97, que
autoriza a dissolução da Empresa Porto-Alegrense de Turismo S.A. - EPATUR - e
dá outras providências. E, ainda, um Projeto de Lei do Legislativo que obriga a
rede pública municipal de ensino a incluir em seu currículo a disciplina de
Educação de Trânsito. Alerto que da nossa lavra existe mais um Projeto de
Resolução, que concede ao instrumentista gaúcho Renato Borghetti -
"Borghettinho" - o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues.
Desses quatro assuntos, Sr.
Presidente, vou-me ocupar, basicamente, do Substitutivo ao Projeto da EPATUR,
que já é um assunto antigo nesta Casa. A obstinação com que se pretende
extinguir a Empresa Porto-Alegrense de Turismo é um fato, Ver. Nedel, que já não
é nem mais estranho. Já até consideramos natural, dado que é concreto e
absolutamente claro que o objetivo não é se mexer na política de turismo de
Porto Alegre, hoje inexistente, mas, sim, desvincular do quadro da Prefeitura
esses 30 servidores que a Empresa Porto-Alegrense de Turismo ainda dispõe. É
uma obstinação do Executivo Municipal nesse particular. Eu gostaria de -
relativamente a este assunto e, mais especificamente, ao Substitutivo que
apresentei ainda no exercício passado - deixar muito claro que esse
Substitutivo outra coisa não é a não ser a reunião de inúmeras contribuições
que o Projeto originário possuía em termos de emendas, algumas das quais
retiradas, outras confirmadas, como aquelas do Ver. Adeli Sell, que foram
restabelecidas pelo Ver. Nedel e que têm o condão de dar a linha mestra do
Substitutivo, isto é, satisfazer o Executivo na sua intenção de extinguir a
EPATUR, e criar em seu lugar, não um pequeno escritório de terceira linha, mas uma Secretaria enxuta, capaz de criar e
instrumentalizar o município com os meios necessários para, ainda que
tardiamente, ele se debruçar sobre a necessidade e, sobretudo, a conveniência
de se estimular o turismo na Cidade de
Porto Alegre.
O Sr. Jocelin
Azambuja:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu
ratifico inteiramente o que V. Exa. fala neste momento. Eu só estava dando uma
olhada no seu Projeto de Lei, onde se refere à disciplina de trânsito nas
escolas, e gostaria de sugerir que, em vez de disciplina de Educação do
Trânsito, fosse só introdução curricular.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço pelo seu aparte, do fundo do coração, porque V. Exa. tem
contribuído muito com os meus Projetos, que se transformaram em nossos
Projetos. Hoje enfrentaremos o problema do Veto aos bares e restaurantes quanto
à utilização do recuo para colocação de
mesas, cadeiras, toldos, e que V. Exa. contribuiu fortemente. Eu sou muito
reconhecido a V.Exa. V.Exa., que é da área da educação, certamente terá
contribuições objetivas a oferecer.
O Sr. José
Valdir : V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu não
tenho nada contra o mérito de seu Projeto, que inclui essa disciplina no
currículo das escolas, mas tenho uma posição contrária a esse tipo de Projeto
porque torna o currículo das escolas inadiministráveis. Houve um ano em que
tivemos 12 projetos tentando incluir disciplina no currículo das escolas e,
além disso, ferem legislação superior.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Perfeitamente.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Reginaldo Pujol, seu tempo está esgotado. Eu peço que V. Exa. encerre.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Lamento, Ver. Cyro Martini, mas eu recolho o seu aparte, ainda que
anti-regimental, e quero dizer muito claro a todos os Vereadores, concluindo
este meu pronunciamento em discussão preliminar, que todos nesta Casa sabem da
forma aberta como eu conduzo meu trabalho parlamentar.
Não quero me apropriar de
nenhuma idéia, estou absolutamente aberto a todos aqueles que queiram
contribuir no Projeto em referência, ou em qualquer outro. Suplico, inclusive,
que haja essas contribuições. Já sei que o Ver. Jocelin Azambuja vai oferecer a
sua contribuição e, certamente, o Ver. José Valdir, professor que é, haverá de
nos trazer sugestões, as quais eu saúdo como uma contribuição objetiva. Todas
serão contribuições objetivas, como sempre foram no meu trabalho nesta Casa.
Não quero ser o dono da
verdade, sendo bem-vindas todas as contribuições que vierem dos nossos colegas
Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Recebo
um Ofício assinado pelo Ver. Cyro Martini que requer que, após a devida
tramitação regimental, sejam juntados ao PLL nº 180/97 - Processo nº 309/97,
que obriga a rede Pública Municipal de Ensino a incluir em seu currículo a
disciplina de Educação no Trânsito, os textos seguintes: da Lei Municipal nº
6.809, de 28 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre a inclusão da educação no
trânsito nos estabelecimentos municipais de ensino e dá outras providências, e
do Capítulo IV, da Educação para o Trânsito do Código de Trânsito Brasileiro,
Lei Federal nº 9503, de 23 de setembro de 1997.
Passo à Diretoria
Legislativa para que faça a devida inclusão.
A Vera. Anamaria Negroni
solicita licença para tratamento de saúde no dia 16, hoje. A solicitação é
assinada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.
(Obs.: Foi aprovado
Requerimento de licença da Vera. Anamaria
Negroni, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)
O Ver. Guilherme Barbosa
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes. Numa ocasião
anterior, vim ao tempo de Pauta discutir o Projeto do Ver. Nereu D'Ávila, que
pretende disciplinar as questões relativas à prestação de serviços públicos. E,
naquela ocasião, referi-me a três aspectos do Projeto de S. Exa. O primeiro
deles, que havia uma expressão sem um aspecto concreto e que deixava muita
subjetividade na expressão. Referi-me ao parágrafo 1º do artigo 1º que dizia:
"As tarifas atenderão ao princípio da modicidade e serão fixadas com
motivação". Referi-me à expressão "com motivação". No entanto,
conversei com o assessor do Ver. Nereu e chegamos à conclusão de que já há
jurisprudência com relação a isso, e é um termo que traz consigo um conteúdo
técnico e, portanto, isso estaria dentro do Projeto. O segundo aspecto, este
sim, sugiro ao Ver. Nereu que o retire, porque no inciso II, artigo 3º diz:
"Em caso de procedência da reclamação, fixar prazo razoável ante as
exigências de segurança..." . "Fixar prazo razoável" é uma afirmação
absolutamente genérica, que não tem definição maior, mantendo assim minha
sugestão ao autor do Projeto para que, no mínimo, seja retirada a palavra
"razoável", mantendo apenas o ponto principal, que é o de fixar um
prazo para o usuário em que o serviço será recomposto. E também havia comentado
que o Projeto não determina multa para os que descumprirem as determinações da
Lei, se o Projeto vier a ser aprovado. E estabelece-se uma questão
interessante: em alguns momentos é o próprio Poder Público que executa o
serviço e, portanto, não tem como o próprio Poder Público multar-se. Isso vai
ocorrer quando o serviço for passado para um terceiro, com permissão ou
concessão. Tem que haver uma emenda,
inclusive isso já foi sugerido ao Ver. Nereu D'Ávila para que haja multa no
caso de terceiros prestarem o serviço, mas quando é o próprio poder público,
não poderia haver a multa.
Há um outro Projeto sobre o
qual quero fazer algumas considerações. É de autoria do Executivo Municipal,
encaminhado pelo Sr. Prefeito para modificar a Instituição Comunitária de
Crédito PORTOSOL, que já foi motivo de comentários por parte do Ver. João Dib.
O PORTOSOL não é um banco, como o nome diz, é uma Instituição Comunitária de
Crédito, não tem loja, as pessoas não têm conta, não existe talão de cheques, é
uma instituição para fornecer financiamento aos pequenos e microempreendedores.
Tem sido uma experiência exitosa. É bom relembrar que essa não é uma
instituição da Prefeitura. A Prefeitura tem participação, houve recursos públicos
municipais, mas também tivemos na constituição inicial do fundo recursos do
Governo do Estado e de entidades internacionais. Tem havido um resultado muito
positivo, porque a garantia do retorno do financiamento é coletiva, não se
exigem propriedades daquele que vai pedir o empréstimo, exatamente porque ele
não as tem, é preciso que haja um suporte, uma garantia coletiva. E há um
resultado muito expressivo, o índice de inadimplência é muito baixo, muito
menor do que de outras entidades financiadoras, dirigindo-se exatamente a esses
micro e pequenos empreendedores que não encontram outra linha de financiamento
em nenhuma entidade bancária normal do sistema financeiro comum da praça. A
idéia então, pelo sucesso e procura que
houve por parte de outras prefeituras
da Região Metropolitana, levou-nos a fazer o envio desse Projeto à Câmara, para
permitir que o PORTOSOL, a Instituição Comunitária de Crédito, a partir dessa
experiência de Porto Alegre, possa também fazer um financiamento a outras
cidades que não Porto Alegre.
É um debate importante e
interessante que a Câmara terá para fazer, ao longo do processo de passada do
Projeto pelas comissões temáticas da Câmara. Mas, com certeza, acho que é uma
experiência importante que se faz em Porto Alegre. Inclusive, agora, o
presidente do ICC - Instituição
Comunitária de Crédito PORTOSOL, não é
mais o Secretário de Captação de Recursos, José Eduardo Utzig - como sabemos,
ele se retirou do Governo por um projeto pessoal: fazer cursos na Europa. Já
assumiu o novo presidente, que é um professor aposentado da UFRGS, Prof.
Jacobs.
É uma experiência importante
que tem dado certo e que precisa expandir-se para outras cidades, para que os
pequenos, os microempresários tenham possibilidade de financiamento para
iniciar e fortalecer seus negócios. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores. Quero voltar a tratar aqui de um tema de extrema importância para a
Cidade de Porto Alegre no próximo período. Está na Pauta um Substitutivo do
Ver. Reginaldo Pujol a um Projeto de Lei do Executivo Municipal, proposta que o
Prefeito Raul Pont trouxe no ano passado para esta Casa, que trata da extinção
da EPATUR.
Não queria discutir nem
tratar aqui da questão "extingue-não-extingue", porque, afinal de
contas, creio que já temos uma posição razoavelmente majoritária na Casa
favorável à extinção da EPATUR. Toda a discussão que vamos ter que tratar aqui
é sobre o futuro do turismo na Capital dos gaúchos, porque a questão do turismo
diz respeito a todas as camadas sociais de uma cidade do porte de Porto Alegre.
Quero lembrar aqui que, inclusive, Porto Alegre é a quinta capital do País em
atendimento de pessoas que vêm do exterior. Portanto, é uma cidade que atrai
pessoas de outras comunidades externas, inclusive de fora do nosso País.
O turismo é a atividade
econômica mais democrática e ampla que existe, porque trabalhamos com pessoas
das mais variadas qualificações profissionais, e inclusive, com pouca
qualificação profissional, que são as pessoas que cuidam da limpeza e da
organização de instituições, como é o caso dos hotéis, bares e restaurantes.
Mas também trata de pessoas com alta qualificação, que são as pessoas que
trabalham na área das agências de viagem, pessoas que trabalham com marketing,
enfim com vários outros ramos do conhecimento humano.
Portanto, ao discutirmos
esta questão do turismo, nós estamos tratando da economia da nossa Cidade, nós
estamos tratando de empregos, de geração de renda e Porto Alegre deve ter uma
política cada vez mais ousada e determinada na questão do turismo. Para tal,
estamos fazendo um grande debate, um seminário sobre esta questão, aqui, neste
Plenário, no dia dois de abril, às 14h30min, pela Comissão de Economia,
Finanças e Orçamento desta Casa, porque queremos discutir o futuro do turismo
em Porto Alegre e, não, pura e simplesmente, se nós extinguimos ou não
extinguimos a Empresa Municipal de Turismo.
Eu queria chamar a atenção
dos Senhores e das Senhoras que estão hoje aqui, ocupando as galerias, daqueles
que nos assistem pelo canal 16 da NET, para este importante debate sobre o
desenvolvimento econômico e social na nossa Cidade. Eu quero colocar aqui a
importância deste debate que estamos travando há quase um ano nesta Casa.
Este será o ano em que vamos
decidir sobre esta questão, mas não será um ponto final na discussão de um
projeto de desenvolvimento econômico e social para Porto Alegre. Não será um
ponto final na discussão sobre o turismo na nossa Cidade, porque quero
reiterar: devemos ter a ousadia de trabalhar com esta questão, de colocar Porto
Alegre como a capital turística do MERCOSUL, colocar Porto Alegre como uma
cidade que constrói uma diversidade na área cultural. Isso foi provado nos
últimos dias e os jornais do fim-de-semana, mais uma vez, retomaram a questão
da importância do "Porto Alegre em Buenos Aires", do" Porto
Alegre em Montevidéu". Com a vinda desses segmentos culturais para a nossa
Cidade, e se nós trabalharmos a questão de um amplo projeto na área do turismo
de negócios, tenho certeza, tenho a convicção de que estaremos caminhando para
o rumo certo.
Estamos também trabalhando,
não simplesmente o turismo como uma coisa vaga, talvez na idéia de muitas pessoas,
algo distante do seu cotidiano; não, pelo contrário, é algo muito real e concreto se nós tivermos uma concepção de
trazer para a nossa Cidade amplos setores que poderão usufruir de suas belezas,
mas também aqui ter um espaço de negócios, de comércio e de cultura, porque nós
temos a convicção de que se tivermos lugares, públicos ou privados, para
grandes seminários, para grandes eventos, quem ganhará são os porto-alegrenses.
Mais empregos e mais renda, e, portanto, melhor distribuição de renda. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na semana passada vim à tribuna comentar uma nota
da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Sul ; da Comissão de Justiça e
Paz; da CNBB e da Associação Rio-Grandense de Imprensa a respeito de reforma
agrária, paz social, do respeito que devemos ao estado de direito, que tão
duramente conquistamos.
Hoje me deparei na imprensa
matutina com uma nota do Instituto de Estudos Empresariais, que, ao meu ver, é
uma resposta àquela nota. Esta nota do Instituto de Estudos Empresariais, no
meu entendimento, é um panfleto mal-educado que atinge determinadas entidades,
pessoas e situações e que, felizmente, não reflete a opinião da maioria do
empresariado. Felizmente. Não sei quem são os responsáveis pelo Instituto de
Estudos Empresariais, mas a nota publicada hoje - eu volto a repetir, no meu
entendimento -, não reflete a maioria do empresariado, que quero ter na conta
de progressista, de patriota e sensível às questões sociais.
A nota começa dizendo: “É
tão forte o ‘marketing’ político coletivista embalado por artistas emocionados,
políticos aproveitadores, jornalistas de superficialidades, telenovelas
sensacionalistas e pastores sem rebanho, que se alguém ousa questionar a
denominada reforma agrária é logo constrangido a ser tachado de desumano e
reacionário”.
Os personagens que esta nota
agride são entre outros, Chico Buarque de Holanda, o nosso jornalista Luiz
Fernando Veríssimo, a ARI, a CNBB, a OAB, entre outras entidades.
Sintomaticamente, a nota não se refere à defesa do estado de direito, no que
tange às liberdades democráticas do livre exercício profissional da atividade de
imprensa. Foi o que a nota anterior dizia: que a imprensa foi proibida de
ingressar no Instituto de Menores; nas invasões, ocupações de terra no interior
do Estado; na questão dos alunos do Júlio de Castilhos, que estão sendo
expulsos. A imprensa não teve acesso a esses episódios para relatá-los com a
devida transparência. Isso é omitido nessa nota dos dirigentes empresariais.
Então que estado de direito é esse? É o que se pergunta.
Com relação à reforma
agrária, eu tenho aqui um atlas fundiário brasileiro, editado pelo Governo
Federal. Eu não estou inventando nada! Este atlas diz com todas as letras que a
concentração fundiária no Brasil não se alterou de 1940 para cá,
significativamente, e ela é a responsável, essa concentração fundiária, pela
alta taxa de atraso com que nós verificamos o desenvolvimento agropastoril
brasileiro. Não se ocorre em exagero afirmar que os planos de investimento
rural no Brasil correm o risco de insucesso, se permanecer intocada essa
estrutura agrária defeituosa. Isso a nota do Instituto de Estudos Empresariais
não diz, ela tergiversa dados. Dados fundamentais para se entender o problema
do desenvolvimento brasileiro à luz da necessidade de uma reforma agrária, que
nós temos dito - todo mundo tem dito - não se restringe à pura e simples
distribuição de terra. É uma política agrícola que não está funcionando.
Então, Srs. Vereadores, a
minha presença na tribuna hoje foi para refutar a nota do Instituto de Estudos
Empresariais, que a pretexto de responder a uma nota anterior, que defendia a
questão da reforma agrária, as liberdades democráticas, agride gratuitamente
personalidades, entidades e uma situação que não é aquela que ela descreve
nessa nota. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Eu pediria que no Plenário só ficassem,
por favor, os Srs. Vereadores e um assessor de cada Bancada.
Secretária Margareth Moraes
e Sr. Ubirajara, Coordenador do GAPLAM, recebam os nossos cumprimentos. Se
quiserem, poderão tomar assento nesta Mesa.
O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra em Liderança.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Estamos praticamente no final da quarta semana
posterior ao Carnaval e, em torno desta Casa,
na avenida em frente, nos espaços do parque em geral, no estacionamento
em torno da Usina do Gasômetro,
continuamos vendo todos os dias sobras dos carros, dos veículos do desfile
carnavalesco. Por incrível que pareça,
até agora o DMLU não foi capaz de recolher nada.
Eu fico me indagando o que o Departamento Municipal de
Limpeza Urbana está fazendo, já estamos
fechando quatro semanas que os veículos, como ocorre todos os anos, são
abandonados, deixados sobre parques, sobre as vias, sem nenhuma
responsabilização. Aliás, aproveito a presença da Secretária de Cultura - uma
vez que a Secretaria de Cultura é quem coordena isso - para deixar uma sugestão
para o ano que vem: as escolas
carnavalescas têm que ser responsabilizadas.
Eu entendo que elas não têm
que carregar o carro na noite do desfile. Isso é óbvio. Mas entendo que, em um
ou dois dias, as escolas tinham que ter a responsabilidade de recolher ou
desmontar o veículo. Não me parece que isso seja necessariamente obrigação do
Poder Público. A obrigação é de quem faz o desfile e de quem responde pelos
carros. O que não pode é ficar sobre a calçada - como temos aqui em frente da
Casa -, sobre estacionamento e sobre o parque. Basta pegarmos a Av. Beira-Rio:
ao longo de todo o parque estão ainda os restos. E lá no estacionamento da
Usina do Gasômetro está um carro inteiro esperando que a chuva, a gurizada,
enfim, vá gradualmente descarnando os veículos.
A segunda questão que está
me preocupando, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é uma questão que também
envolve o DMLU, embora inclua a Secretaria Municipal dos Transportes. Hoje pela
manhã, dei aula magna na Faculdade Ritter dos Reis, Faculdade de Arquitetura, e
recebi, antes de iniciar a palestra, uma queixa formal e um abaixo-assinado da
Direção da Ritter dos Reis e da Escola João XXIII, sobre o absoluto desleixo da
SMT em relação àquele cruzamento, que é extremamente perigoso. Na esquina da
Escola João XXIII, em que nós temos a permissão de dobrar para tudo quanto é
lado e onde está faltando pintura de meio-fio - por parte do DMLU -, colocação
de faixas de segurança - por parte da SMT - e, no mínimo, uma sinaleira que
pudesse realmente coordenar o trânsito. E, sobretudo, eu diria pelo número de
ônibus, de veículos escolares e de quantidade de veículos particulares que por
ali trafegam, a colocação de uma camada asfáltica que permitisse uma maior
segurança na hora de frear na hora da saída dos veículos escolares, ou da
Faculdade, ou do João XXIII.
Essas são as pequenas coisas
– quero, aqui, fazer jus - que eram feitas com carinho no tempo da
Administração Olívio Dutra, mas que não vejo serem feitas na atual
Administração.
O DMLU que se destacou em
determinado momento pela pintura de meio-fio nesta Cidade, às vezes, até em
cores, as mais variadas possíveis, para alegrar a Cidade, hoje está
absolutamente ausente da pintura de meio-fio. E a SMT, cujo Secretário é capaz
de ir para a rua acompanhar as batidas da fiscalização de trânsito, está
absolutamente ausente da pintura de faixas de seguranças diante das escolas.
Basta ver a situação do João XXIII e da Ritter dos Reis. Estou mencionando
duas, que hoje me foram passadas porque ali me encontrava.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero deixar aqui registrado, o que é uma crítica, mas é também ao
mesmo tempo uma sugestão, eu entendo que no regulamento do carnaval do próximo
ano, obrigatoriamente, a Secretaria de Cultura, que repassa verbas para as entidades carnavalescas, deve incluir um
artigo, pelo qual as mesmas entidades são responsáveis pela retirada dos
veículos, num prazo determinado. Não vou dizer que se retire isso na noite do
desfile - que isso seria um absurdo, não tem como se realizar -, mas que se
retire os veículos em dois, três dias posteriores. Sem dúvida nenhuma, me
parece que isso é absolutamente plausível e respeita o direito dos cidadãos de
modo geral. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, não consigo entender bem os meninos da esquerda,
eles concordam com as pessoas, desde que pensem exatamente igual a eles. Não
admitem que as pessoas raciocinem, que estudem, que emitam as suas opiniões,
pois a luta pela paz social, a nota hoje editada pelo Instituto de Estudos
Empresariais foi criticada, sem ao menos que soubessem o que é o Instituto de
Estudos Empresariais. O que representa esta juventude ali, dedicada, a buscar
soluções para problemas deste País como um todo, eles evidentemente não estão
procurando ser agradáveis a esquerda, a direita ou a quem quer que seja. Eles
estudam, eles colocam suas opiniões, e as vezes as opiniões são duras. Quando
se preocupa que é tão forte o “marketing” político coletivista embalado por
tantos, até pelas novelas; há pouco tínhamos a novela "O Rei do Gado"
e, coincidentemente, o homem da reforma agrária era um pacifista, o Regino. E o
outro, que não é pacifista, é agressivo, chama-se Rainha. Temos que considerar
se existe alguma semelhança ou não.
Quando "alguém ousa
questionar a denominada reforma agrária, é logo constrangido a ser taxado de
desumano e reacionário".
Cada um pode entender a
solução de um problema da forma como ele estudou. Não sou obrigado a entender a
solução dos problemas da forma como é colocado por aqueles que, quando lhes
interessam, as leis valem, e, quando não lhes interessam, as leis não valem.
Vejam o caso da Av. Perimetral, Av. Loureiro da Silva. Quando, em dezembro
deste ano, a Prefeitura de Porto Alegre, numa reintegração de posse, demoliu as
casas com as pessoas dentro, sem dar oportunidade, sem ouvir o Ver. João Dib,
que ligou para o Prefeito, falou com o Prefeito, falou duas vezes com o
Secretário de Obras, e as máquinas continuaram derrubando com as pessoas
dentro. E não era absolutamente certa e
tranqüila a decisão da Justiça. Tanto não era certa, que alguém que
chegou antes da força bruta da Prefeitura e foi à Justiça conseguiu liminar e
se mantém lá até hoje. Agora, os outros não puderam discutir.
O que diz a nota? Alguma
coisa que esteja errada? O problema da miséria rural está aí e todo mundo sabe.
(Lê.)
“Todos os países
desenvolvidos, sem exceção, só lograram boa distribuição de renda no campo
mediante massiva migração da força de trabalho para o setor da indústria e de
serviços. Mesmo com a aplicação de alta tecnologia de produção, o meio rural
não é hábil para gerar renda direta para mais de 3%, em média, da população
economicamente ativa daqueles países. Repita-se, sem exceção.”
É um estudo de jovens,
aqueles que temos certeza poderão nos dar dias melhores, que se dedicam a
estudar com isenção, mas que são criticados porque emitiram suas opiniões. Não
se aceitam opiniões. É a opinião da esquerda, ou não aceitamos. É assim que
funciona a esquerda. O estado de direito está entre as maiores conquistas da
humanidade. (Lê.)
“As regras que norteiam a
comunidade são feitas de forma pacífica e ordenada por representantes eleitos
democraticamente pelos cidadãos, sendo o respeito a tais regras garantido por
um Poder Judiciário independente.”
E essas atividades que eles
chamam aqui de criminosas, de invasão de terras, que o Dr. Leonel Brizola diz
que deve ir até a cerca e não deve ultrapassá-la - talvez alguma coisa esteja
errada aqui e eu gostaria que me dissessem o que é -, têm, incrivelmente,
merecido vistas grossas das autoridades competentes, que ao tentarem não se
indispor com o “marketing” político do MST, usam de um ou outro jeitinho para
esquecerem de promover os processos penais cabíveis, às vezes até barganhando
com prazos legais e decisões do Judiciários. Por acaso o PT e os que o seguem
não colocam as crianças na frente da Polícia Militar? Não deitam as mulheres na
frente da Polícia Militar? Não pedem que os prazos sejam prorrogados? Só não
prorrogam, mas pedem, exigem, lutam, brigam e ninguém os chama de nada que seja
agressivo. Agora, quando alguém escreve o que pensa e pensa o que escreve,
então tem que ser agredido, pois é reacionário, é de direita. E até sem saber o
que é o IEE. São poucos jovens, mas extraordinários, que nos dão a certeza e a
tranqüilidade de que tem alguém estudando com serenidade, com isenção e buscando
solução, e não mais problemas como se faz quando interessa ao PT. Agora, na
Loureiro da Silva não interessava ao PT. Nenhum Vereador da esquerda me
acompanhou para ajudar aqueles homens e mulheres, doentes até, que estavam
sendo despejados com violência. Aí não tinha reacionarismo, não tinha
violência, não tinha nada. Mas eu também quero saúde e paz para os sem-terra;
eu também quero saúde e paz para a esquerda. Saúde e paz para todos. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Carlos Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o motivo
que nos traz hoje à tribuna em Comunicação de Líder é relativo à Caixa
Econômica Federal, que está propondo incluir no cadastro do Serviço de Proteção
de Crédito todos os milhares de mutuários inadimplentes deste País.
Primeiramente, o Governo
Federal, que não concede aumento ao funcionalismo há mais de 1.100 dias -
portanto, há mais de três anos -, resolveu penalizar, inclusive seus próprios
funcionários, com o aumento de aproximadamente 13% na prestação de suas
habitações. Além disso, todos os mutuários inadimplentes deveriam ter seus
nomes cadastrados como devedores no Serviço de Proteção de Crédito.
Felizmente, os comerciantes
- os de São Paulo já haviam adotado essa atitude - de Porto Alegre
resolveram não cadastrar essas pessoas
que estão em débito com suas prestações. Hoje, neste País, mais de 400 mil
mutuários estão com suas prestações atrasadas em mais de trinta dias;
aproximadamente 306 mil mutuários estão atrasados em mais de sessenta dias e
133 mil mutuários estão devendo há mais de um ano. E nós temos certeza de que
esses cidadãos, que possuem família, não estão conseguindo pagar as suas
habitações, não porque não querem, mas porque realmente não têm condições.
Muito se fala que não
estamos vivendo, ainda, um período recessivo. Mas eu não tenho dúvida, sim,
estamos vivendo um período altamente recessivo. Hoje, mais do que nunca, o
brasileiro busca é o seu emprego e, ao mesmo tempo, em Brasília, aprovaram o
fim da estabilidade para os servidores públicos.
A cada dia que passa, esse
clima de angústia e insatisfação faz com que as pessoas, realmente, não tenham
a mínima condição de suportar. Por que os comerciantes resolveram adotar essa
medida? Porque, no momento em que esses milhares de mutuários tiverem os seus
nomes incluídos no SPC, não terão direito a nenhum tipo de crédito. Volto a
insistir: milhares e milhares de mutuários não estão pagando as suas dívidas da
casa própria porque, realmente, não
têm, com a atual conjuntura nacional, as mínimas condições.
Hoje todos nós sabemos que,
bem próximo ou mesmo dentro de nossos lares,
o desemprego chegou. E, embora o Governo Federal diga que está tentando
sanear, sabemos que a tendência é aumentar, cada vez mais, esse número de
desempregados.
Vamos ocupar a parte final
da nossa fala para insistir num problema local, que já mencionamos inúmeras
vezes. Estamos solicitando reiteradamente um estacionamento na rodoviária, onde
as pessoas continuam sendo multadas e têm seus veículos guinchados naquele
local, porque, ao comprarem as suas passagens, não têm onde deixar o seu
veículo estacionado. E, se colocam seus carros em estacionamentos particulares,
muitas vezes o preço acaba sendo superior ao valor da própria passagem.
Então, solicitamos ao Sr.
Secretário Municipal dos Transportes urgência para esse assunto. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Vera. Maria do Rosário está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, preciso destacar a coragem e a atitude muito
positiva assumida pela Direção da PROCEMPA - Empresa Pública deste Município -
que tem, do ponto de vista da sua organização e da tarefa que assumiu na nossa
Cidade, buscado contribuir no sentido de emprestar uma transparência ao
processo iniciado pelo Governo do Estado de privatização da PROCERGS.
Cabe referir aqui, que a
PROCEMPA, assim como a CARRIS, são empresas
públicas do Município de Porto Alegre e que, das 500 maiores empresas
deste Estado, elas estão entre as 20 mais rentáveis. Têm dado, portanto, uma
contribuição ímpar na economia e demonstram, sem sombra de dúvida, a capacidade
que tem o Poder Público de administrar, com correção e adequação, os recursos
públicos, especialmente no que no que
se refere ao setor estratégico de ponta, como é o de tecnologia, de computação,
que em Porto Alegre tem à frente a PROCEMPA.
A PROCEMPA, através de
medida liminar, conquistou um importante passo neste Estado do Rio Grande do
Sul. Buscou e conquistou judicialmente a suspensão do leilão da PROCERGS, que
estava marcado, Ver. Pedro Américo Leal, para o último dia 12. E, apesar de
todas as iniciativas dos advogados do Governo do Estado, até este momento essa
liminar permanece, sendo que agora nos encaminhamos para a análise do mérito.
Ocorre que a PROCEMPA
identificou um processo absolutamente viciado no leilão da PROCERGS. Algo que,
de fato, temos tido a possibilidade de identificar em diferentes momentos das
privatizações. Mas aqui, não há dúvida de que o processo de privatização da
PROCERGS, que contestamos do ponto de vista político, mais geral, por
comprometer um setor da economia estratégico para o Estado do Rio Grande do
Sul, se encontra eivado, completo de
contradições.
Vejam V. Exas. que o negócio
todo ocorreu nos últimos meses, a toque de caixa. Não temos nenhuma dúvida,
observando o cronograma da privatização da PROCERGS, da pressa que teve o
Governo do Estado em cumprir todas as medidas do Edital, pulando, inclusive,
elementos que são fundamentais, de acordo com a 8.666, a Lei de Licitações.
Aqui me refiro especialmente
à possibilidade de que aquelas empresas que busquem participar do leilão, e que
não sejam habilitadas, tenham direito ao prazo de cinco dias de recurso. Vejam
que o leilão marcado para o dia 12 tinha, no próprio dia 12, o prazo em que
seriam anunciadas as empresas habilitadas; sem possibilitar, às empresas que
teriam indeferidas a sua participação, a possibilidade de recurso. No nosso
modo de ver, um procedimento como esse, sem dúvida alguma, já vem carimbado no
sentido de ser dirigido a alguns empreendimentos. Nós, do PT, que vimos de
forma crítica o processo de privatização da CRT, que denunciamos, ao lado de
outros partidos do campo democrático e popular - como o PDT, PSB e outros
partidos -, a forma com que o processo de privatização da CRT teve o seu
desfecho, não concordamos com o procedimento pelo qual se coloca à venda, em
leilão, quase 50% do que são os recursos e do que é, hoje, o patrimônio da
PROCERGS. É de se destacar que a PROCERGS tem um faturamento/ano de 89 milhões
de reais e que o preço que se pede por
ela, nos dias de hoje, é de 52 milhões de reais; menos do que o faturamento de
um ano. Vejam que o Estado ainda se compromete, no processo, a pagar os 23
milhões de reais que a PROCERGS tem de dívidas. Restando, portanto, um valor
irrisório. Para 1999 já está prevista a superação do valor de arrecadação/ano
de 89 milhões; e, para o ano de 2000, já se observa a perspectiva clara de se
superarem os 100 milhões de reais.
O que está por trás da
pressa no leilão da PROCERGS? Essa é a pergunta que fazemos. E queremos, Srs.
Vereadores, destacar a atitude corajosa que a PROCEMPA tem, representando o
povo de Porto Alegre, ao defender o patrimônio público gaúcho e querer um
processo que seja liso, correto e que de fato honre as nossas melhores
tradições, o que colocamos em dúvida no procedimento atual da privatização da
PROCERGS, como já o colocamos na privatização da CRT. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. JUAREZ
PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, conforme noticiado pela imprensa da Cidade,
principalmente na imprensa escrita, sofreu um atentado, neste final de semana,
uma funcionária da Câmara, que é secretária da Comissão de Constituição e
Justiça, presidida pelo nobre Ver. Elói Guimarães. Ainda não se sabe as causas
desse atentado, mas este Vereador, na verdade, sabia de algumas ameaças que
essa funcionária vinha sofrendo, mas não quero fazer nenhum pré-julgamento.
O Requerimento, Sr.
Presidente, é para que esta Casa, talvez através da Comissão de Direitos
Humanos, pudesse acompanhar, na medida do possível, o desenrolar das
investigações que estão sendo levadas a cabo pela Secretaria de Segurança
Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Juarez Pinheiro, eu quero dizer que esta Presidência comunga da
preocupação externada por V. Exa. através desse Requerimento e que já fizemos
uma comunicação à Secretaria de Segurança Púbica do Estado, no sentido de fazer
com que haja também um acompanhamento do caso por aquela Secretaria, dando a
cobertura e a segurança
necessárias a nossa funcionária que foi vítima de atentado no final de semana.
Eu pediria que a Comissão de
Direitos Humanos, presidida pelo Ver. Hélio Corbellini, pudesse, em contato com
o Ver. Juarez Pinheiro, tomar as medidas cabíveis.
O SR. HÉLIO
CORBELLINI:
A Comissão concorda e entrará em contato com o Ver. Juarez Pinheiro para tomar
as providências necessárias.
O SR.
PRESIDENTE: Agradeço
a V. Exa., Vereador.
O Ver. Pedro Ruas está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu tive a honra de, no último fim-de-semana, ser
escolhido, em Brasília, para ser Presidente Nacional da primeira Comissão do
MERCOSUL da Ordem dos Advogados do Brasil. E tenho, a partir daí, uma pauta
extensa, Ver. Clovis Ilgenfritz e Ver. Guilherme Barbosa, de discussão com os
advogados de todo o País a respeito da inserção
da advocacia dentro do MERCOSUL. Mas há
um tema que desde antes me preocupava e que, agora, nas recentes consultas que
fiz, no levantamento de material - inclusive material legislativo - sobre o
MERCOSUL, que busquei, tenho a confirmação. Há oito anos, quando foi firmado o
Pacto de Assunpción para a formação do MERCOSUL - Mercado Comum do Sul - muitas coisas estavam em jogo e eram de
interesse comum entre Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. Muitos interesses
comerciais, muitas formas de câmbio, troca de mercadoria, unidade aduaneira,
mas parece que escapou totalmente um detalhe aos legisladores e idealizadores
de um projeto importante e grandioso como é o do MERCOSUL, que é a questão do
trabalhador. É impressionante, Ver. João Carlos Nedel, como em nenhum momento o
MERCOSUL trata da questão do trabalhador. Ele não existe para o nosso Mercado
Comum do Sul, sequer como mercadoria. A presença do trabalhador no MERCOSUL é
algo que simplesmente não foi previsto ou não foi dado importância, basta verificar
o fato de que não há qualquer legislação que ampare a migração de trabalhadores
entre os países, que ampare a segurança desses trabalhadores em qualquer dos
quatro países, que ampare, enfim, a condição do trabalhador de ser integrado a
essa forma moderna de unidade entre países para a formação de mercados comuns.
O trabalhador foi esquecido na formação do MERCOSUL e não há nada em andamento
que modifique essa situação e essa circunstância. Nós, em Porto Alegre, assim
como no Rio Grande como um todo, temos a pretensão de disputar a sede do
MERCOSUL, de trazer para Porto Alegre - em termos de Brasil -, a sede do
MERCOSUL. É importante que tenhamos preocupações desse tipo, porque se um
projeto de tal grandeza esquece aquilo que é totalmente importante, ou seja, a
maior parte da sociedade, que é formada de trabalhadores, o que temos de
expectativa concreta com relação a esse Mercado Comum do Sul? Eu digo aos
Senhores que a situação dos trabalhadores brasileiros no exterior e dos
estrangeiros aqui, em levantamentos recentes, é absolutamente caótica,
totalmente irregular. Há denúncias de trabalho escravo de brasileiros, em
especial no Paraguai. Então, que situação é essa, que temos a formação de um
megaprojeto, que une quatro países, e não há uma norma sequer sobre a questão
do trabalhador? Aquele trabalhador que tiver a sorte de conseguir um emprego na
Argentina, Paraguai ou Uruguai, e receber em dia, quando voltar ao Brasil não
terá um dia contado para a sua aposentadoria, não terá um dia contado a mais no
seu Fundo de Garantia, ou seja, não terá nada. Para ele, o período que passar
fora será um período perdido em termos de legislação brasileira.
Por isso, é importante que
se reflita, no momento da formação efetiva de um Mercado Comum do Sul e que
temos a possibilidade nesta Casa de estudos mais aprofundados do MERCOSUL, e
que se dê ênfase a uma questão absolutamente esquecida quando da sua formação,
que é a questão do trabalhador. Ele existe e os nossos dirigentes ainda não se
deram conta. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Vera. Sônia Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA SÔNIA
SANTOS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, subo a esta tribuna para alertar que as invasões
não estão ocorrendo só no campo, mas também em nossa Cidade. Ao invadir uma
área do Governo Municipal, um grupo de
aproximadamente 380 famílias, fora as pessoas que estão em espera, estão
reivindicando a posse daquele terreno, e eles estão passando por uma questão
bastante complicada. Eu estive lá, como membro da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, e o que vi são pessoas
vivendo em situação de miséria. Quarenta e uma, das 195 crianças, estão
passando problemas de saúde, que vão desde problemas respiratórios até
problemas de pele como, por exemplo, a sarna, e que tem agravado, devido às
chuvas e à falta d'água, imposta pela Prefeitura. São pessoas de muita fibra e
que estão buscando os seus direitos. Inclusive, a comunidade local tem
auxiliado bastante.
A Administração Popular, uma
vez que não dá assistência nenhuma a esse grupo de pessoas, esse tipo de
habitantes da nossa Cidade, está fazendo com que essas pessoas venham a
engrossar as fileiras das pessoas que estão no campo. Nós já sabemos do
pronunciamento do próprio Movimento dos Sem-Terra, que estão buscando pessoas
nas cidades para engrossar suas fileiras. Vai acabar acontecendo que essas
pessoas aqui, de Porto Alegre, que o PT está desprezando, vão ser muito
bem-recebidas lá no interior, e serão apoiadas por essa mesma Administração, por
esse mesmo Partido? Então, são dois pesos e duas medidas? Eu gostaria muito de
ouvir da parte da Prefeitura uma colocação a esse respeito, porque, quando
essas pessoas forem engrossar essas fileiras lá no campo serão aplaudidas,
serão incentivadas? O que vai acontecer com essas 380 famílias e tantas outras
que estão se somando a elas, dependendo tão-somente da ajuda daquelas pessoas,
também humildes, daquela localidade? O que vai acontecer com essas 41 crianças
que estão doentes? E as mulheres grávidas que lá estão? São seres humanos e nós
somos responsáveis por eles. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, a proposta que tentamos trabalhar no Plenário, durante
o início dos trabalhos, é no sentido de que votemos em primeiro lugar, o
Projeto da fl.20, PLE nº 066/96, que
trata das áreas especiais de interesse social;
segundo lugar; o Projeto da fl.
19, PLL nº 098/96, de autoria do Ver.
Jocelin Azambuja, que trata sobre a questão dos táxis, estacionamento
temporário; em terceiro lugar, o Projeto da fl.23, PLE nº 053/97, que trata da
Declaração de Utilidade Pública da UGEIRM/Sindicato; em quarto lugar, o PLL nº
177/97, Projeto do Ver. João Dib, que determina a Rua Airton Martins.
Votaríamos, em primeiro lugar, os projetos e depois os vetos. A nossa proposta
é de começarmos pelo Veto da pág. 11, PLL nº
132/97, que denomina a Av. Oswaldo Rolla, proposta do Ver. Fernando
Záchia. Depois, o a proposição do Ver.
Antonio Hohlfeldt, que determina duzentos e cinqüenta mil reais para a Terreira
da Tribo. Depois, teríamos a proposta do Ver. Reginaldo Pujol, da fl. 8, PLL nº
088/97, que determina a proibição das lutas de vale tudo, e ainda
a proposta do Ver. Reginaldo Pujol, PLL nº 112/97, que determina a
lotação da Restinga e do Parque dos Maias.
Depois, a proposta do Ver. João Motta, da fl. 12, PLL nº 141/97, que
institui o Memorial dos Povos Indígenas. E aceito, Sr. Presidente, proposições,
há inclusive a sua proposição da pág. 13, PLCL nº 015/97, que poderíamos incluir antes.
O SR.
PRESIDENTE: É
a minha proposta e a do Ver. Décio Schauren.
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO (Requerimento): Poderíamos fazer um adendo, colocando como primeiro Projeto a ser
votado, antes mesmo do Projeto do Ver.
Fernando Záchia e do Projeto da Terreira da Tribo.
O SR.
PRESIDENTE: Lembro
os Vereadores, já que a Vera. Maria do Rosário faz um Requerimento colocando
alguns projetos, antes dos Vetos, de que hoje ainda os vetos não trancam a
Pauta, só que o prazo máximo deles ocorre na Sessão de quarta-feira, quando os
vetos entrarão todos trancando a Pauta. Não sei se essa ordem estabelecida por
V. Exa. é a melhor que temos para seguir a Sessão, já que temos problemas com
os vetos a partir da quarta-feira.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Senhor Presidente, a nossa Bancada tem
disposição de negociar, de alterar alguma proposição. No entanto, insistimos,
justamente por essa argumentação que V. Exa. coloca, de os vetos passarem a
trancar a Pauta, que precisamos votar
primeiro os Projetos que estão na Ordem do Dia, sob pena de ficarem guardados
para a semana que vem, especialmente esse que determina e institui as áreas
especiais de interesse social, que colocamos em primeiro lugar, considerando a
presença da comunidade nesta tarde.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: Senhor Presidente. Quero esclarecer que,
apesar da boa vontade da Vera. Maria do Rosário em também antecipar o nosso
Projeto de Lei, numa posição de Bancada estou respeitando o posicionamento de
que primeiro devam ser votados os vetos, que são prioridades. Expliquei à
Vereadora que o meu Projeto não se torna prioritário em razão do interesse
primeiro dos vetos.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Com relação ao art. 77, da Lei Orgânica, que
diz respeito aos prazos, gostaria que V. Exa. esclarecesse o que está sendo
colocado, pois os vetos têm preferência a partir do último dia do prazo e nós
não chegamos ainda no último dia, que será quarta-feira. Quero ver se isso pode
ser confirmado por Vossa Excelência.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
isso foi colocado por esta Presidência, se V. Exa. prestou atenção. Colocamos que, hoje, ainda não temos o
problema de trancar Pauta, mas, a partir de quarta-feira já teremos esse
problema. Falei isso quando a Vera. Maria do Rosário estava colocando o seu
Requerimento.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Isso
não foi entendido por todos. A minha colocação foi no sentido de colaborar. Eu
prestei atenção, só que muitas pessoas vieram me perguntar de novo.
O SR. NEREU D'ÁVILA:
Senhor
Presidente, foi feita uma proposta pela Vera. Maria do Rosário?
O SR.
PRESIDENTE: Sim,
foi feita uma proposta.
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Dá para encaminhar?
O SR.
PRESIDENTE: Sim. Todo o Requerimento pode ser
encaminhado.
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Eu pediria vênia a V. Exa. para encaminhar,
porque, senão, ficamos aqui no microfone dos apartes tomando o tempo que não é
regimental.
O SR.
PRESIDENTE: Eis
a ordem dos Projetos para votação, de acordo com o Requerimento da Vera. Maria
do Rosário: PLE nº 066/96; PLL nº 098/96; PLE nº 053/97; PLL nº 177/97. Depois
os seguintes Projetos, com Vetos apostos: PLL nº 132/97; PLE nº 042/97; PLL nº
088/97; PLL nº 112/97 e o PLL nº 141/97. Posteriormente, a Vera. Maria do
Rosário complementou o seu Requerimento, solicitando que o Projeto que dá
nominação de logradouro público pudesse ser votado em primeiro lugar. Em
votação.
O Ver. Nereu D'Ávila está
com a palavra para encaminhar.
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de
ponderar à Casa que temos que ordenar os trabalhos, visto que,
reiniciando a Sessão Legislativa, havia que reunir as Comissões para dar
parecer aos vetos. Houve, inclusive, vetos cujos Pareceres na Comissão de
Justiça, por exemplo, não obtiveram a aprovação dos nobres Pares da Comissão de
Justiça, e teve que ser nomeado um novo relator. Digo isto para explicitar que
a dinâmica legislativa nem sempre tem a celeridade que se imagina e que se
quer, mas faz parte deste processo legislativo, não é desídia, não é falta de
vontade de V. Exas. Então, dentro desta perspectiva, chegaram ao Plenário hoje,
nove vetos que estão na agenda. É claro que alguns serão transferidos, mas isto
não inibe que, embora transferidos, eles cairão na quarta-feira, onde haverá
mais vetos. Por exemplo, aquele deste Vereador, do Pronto Socorro, dos Técnicos
em Radiologia, não está previsto para hoje, está previsto para quarta-feira.
Então, é absolutamente certo que quarta-feira haverá mais de 10 vetos. É
verdade que a partir de quarta-feira, eles poderão ser transferidos e
interromperão a Pauta, interromperão as demais votações, mas o que eu me refiro
é que aí o bom senso nos diz que nós devemos enfrentar os vetos, até porque
alguns terão discussões prolongadas. Por isso, quero dizer que compreendo as demais
formulações da própria Vera. Maria do Rosário, mas vamos enfrentar os vetos,
que têm prazo e que nos tomarão bastante tempo.
Esta Casa está recebendo,
hoje, uma Mensagem Retificativa a respeito das áreas especiais. Também aí quero
defender a Casa e os Vereadores. Muitos deles cobraram, na semana passada -
inclusive este Vereador veio à tribuna -, porque a Bancada do PT estava adiando
sucessivamente as áreas especiais. Foi explicado pelo Ver. Décio Schauren que
viria uma Mensagem Retificativa, que hoje está aí chegando. Tudo bem, como
diria o Ver. João Dib, legal e regimental. Só que nós temos compromisso com os
vetos porque eles trancarão a Pauta. E se nós atrasarmos o início dos seus
encaminhamentos e das suas votações - e tenho certeza de que hoje não votaremos
a metade, não votaremos quatro -, aí
ficarão mais de dez para quarta-feira e assim, sucessivamente. E mais,
quarta-feira, por Requerimento do Ver. Pedro Ruas, aprovado por louvor e com
grande entusiasmo por esta Casa, o Grande Expediente será usado para rememorar
a morte do Sr. Glênio Peres. Haverá quarta-feira, também, uma solenidade
durante a tarde, o que, naturalmente, atrasará também a continuidade do
encaminhamento e votação dos vetos.
Por tudo isso, Srs.
Vereadores, quero que fique claro que eu não tenho nenhum problema, nenhuma má
vontade, nenhuma restrição sequer - e nem poderia tê-los - em relação às demais
matérias e suas importâncias. A dinâmica legislativa, o processo legislativo,
da maneira como está sendo debatido - e nós temos que enfrentar os vetos - faz
com que eu encaminhe no sentido de que nós comecemos a Ordem do Dia
imediatamente, atacando, votando, debatendo e desobstruindo a Pauta, através da
votação dos vetos apostos pelo Sr. Prefeito a Projetos deste Legislativo. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, apenas para colocar com clareza a nossa posição.
Quando a Vera. Maria do Rosário nos procurou eu disse claramente e repito: a
ordem de votação dos vetos nos é indiferente. Agora, não aceitamos, pelos
mesmos motivos colocados pelo Ver. Nereu D'Ávila, votarmos este Projeto das
AEIS no dia de hoje.
Nós atendemos à Bancada do
PT, ao prorrogarmos a votação deste Projeto ao longo de várias Sessões para que
o Governo Municipal enviasse uma Mensagem Retificativa. Agora, por uma questão
de coerência, chegada a Mensagem Retificativa, queremos ter tempo de
examiná-la, de lê-la. É bem simples, bem objetivo e me parece que é
democrático. Querer atropelar a votação, imediatamente, em termos de chegou a
mensagem vamos votar, realmente, parece-me um desrespeito com as Bancadas de
oposição que não acompanharam a elaboração da Mensagem Retificativa.
O mínimo que queremos, pelo
menos, é um prazo - se for o caso - até quarta-feira para que haja tempo
de ler, discutir e decidir se queremos
emendar, se estamos de acordo ou não. Não é possível aceitar, uma vez mais, que
se crie delonga por uma decisão do Executivo
e depois se pretenda atropelar o processo contra a autonomia do
Legislativo. Então é apenas essa a nossa questão. Entendemos que é questão de
respeito a esta Casa dar tempo aos Vereadores para lerem o Projeto e decidir sobre ele.
Não temos nada contra uma
ordem qualquer, internamente, dos vetos, pois teremos que votar todos eles.
Podemos começar pelos mais difíceis, pelos mais fáceis, pelos mais polêmicos,
pelos que já definimos que não têm condições de serem derrubados. Mas
anteciparmos outros projetos e, especialmente esse, me parece de fato querer
atropelar o Plenário da Casa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não há mistérios nesta nossa solicitação,
uma solicitação natural que tentamos compor dentro do Plenário, consultando as Lideranças das
diferentes Bancadas. Estamos trabalhando aqui com um Projeto que tem o momento
do seu protocolo nesta Câmara Municipal em 1996. E desde lá, estamos
construindo tanto com a população - do ponto de vista do órgão técnico que é o
DEMHAB -, quanto com a própria Casa - através das Comissões Permanentes -, uma
proposição que de fato coloque na vida, na prática, a instituição das áreas
especiais de interesse social. Consideramos, portanto, que esta não é uma
matéria nova e que a Mensagem Retificativa não inclui uma área sequer, ela
apenas faz, do ponto de vista conceitual, uma diferenciação melhor estabelecida
entre as áreas públicas e privadas.
Portanto, Srs. Vereadores,
achamos natural esta nossa proposição e
pedimos a aprovação por um motivo muito simples e cristalino: como Vereadores,
sabemos que se não colocarmos esta
matéria de forma prioritária hoje em relação aos vetos não saberemos exatamente
quando esta matéria voltará a ser apreciada e votada; seguramente não nesta
semana. Srs. Vereadores, não se trata
da pressa do Executivo, trata-se da
disposição inclusive da comunidade que está, neste momento, acompanhando esta
Sessão e que sente a maturidade dos Srs. Vereadores para aprovação da matéria.
Portanto, não vejo motivo para que se faça uma mobilização negativa quanto à
votação da matéria. É possível no dia de hoje votarmos o Projeto das AEIS.
Estamos abertos, Sr. Presidente, no sentido de modificarmos o nosso
Requerimento para deixarmos somente o Projeto das AEIS e entrarmos em seguida
nos Vetos. O próprio argumento da Presidência nos apresenta que a partir de quarta-feira
o veto trancará a Pauta; não entra mais projeto; não mais será votado projeto
de lei, a não ser vencidos na Ordem do Dia, os Vetos.
Então, nós estamos pedindo a
sensibilidade dos Senhores, não para o Governo Municipal, não para esta
Vereadora ou para a Bancada do Partido dos Trabalhadores, mas para as 101
comunidades que estão aguardando a votação dessa matéria.
E não aceitamos neste
momento que crítica se faça ao Executivo, na medida em que ele mandou uma
Mensagem Retificativa. A nossa solicitação aos Vereadores no sentido de que esperassem
e nos ajudassem a adiar a votação foi por dois motivos: primeiro, a natureza da
Mensagem Retificativa, porque parece-nos que aprimoramos o Projeto. A Mensagem
Retificativa chegou na semana passada, e quem acompanha os procedimentos e é
interessado na matéria poderia ter
dado, por meio de suas Bancadas, de suas assessorias, prioritariamente, pelo
menos, uma olhada na matéria. Então, Srs.
Vereadores, o Executivo pediu, os Senhores foram atentos, apresentaram a
possibilidade de mandarmos a Mensagem Retificativa, que está aqui desde a
semana passada. Nós não vemos problema em que seja votada a matéria, pois, quanto ao seu mérito, eu não vi
discordância por parte de ninguém dentro deste Plenário. Tenho certeza de que
não haverá discordância quanto ao mérito da matéria, na medida em que essas
Áreas Especiais de Interesse Social só vêm a confirmar o compromisso da
Administração desta Cidade com um programa prioritário para a regularização
fundiária.
Então, Srs. Vereadores, ou
nós votamos agora, ou nós não vamos
votar esse Projeto nesta semana. As comunidades que aqui estão sabem que o que
nós vamos estar votando não é uma
queda-de-braço. Quero dizer aos Senhores, em nome da Bancada do PT, que, muitas
vezes, nós nos sentimos pressionados dentro deste Plenário, porque vemos que todos os requerimentos nossos se
transformam em quedas-de-braço. Mas o que é isto, Srs. Vereadores? Nós queremos
negociar as proposições. As comunidades vão de volta para a casa sem solução,
havendo a possibilidade de votar hoje, só porque dentro do Plenário se
estabelece uma queda-de-braço com o PT?
Parece-nos que isso não é
correto. Aqui não existem aqueles que têm razão todo o tempo; a nossa Bancada
não se coloca com a possibilidade de ter razão todo o tempo. Nós fazemos um
Requerimento, que é simples, porque sabemos que a comunidade merece esse
Requerimento, e pedimos a sensibilidade dos Senhores. Não se trata de derrotar
o PT, mas de fazer a Cidade ganhar. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Se
houver nova manifestação contrária à determinação da Mesa, nós vamos pedir para
as galerias serem evacuadas. Solicito que as pessoas que se encontram nas
galerias se mantenham em ordem, porque se não, teremos que determinar o
impedimento de os presentes continuarem assistindo à presente Sessão, e eu não
gostaria de tomar essa atitude.
Requerimento do Ver. Gerson
Almeida solicitando Licença para Tratamento de Saúde na data de hoje.
(Foi aprovado o Requerimento
de licença do Ver. Gerson Almeida, e dada a posse ao Suplente, conforme consta
na Ata.)
O Ver. João Dib está com a
palavra para encaminhar o Requerimento da Vera. Maria do Rosário.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a vida nos dá estranhos companheiros de viagem,
mas não impede que sejam bons companheiros, que, às vezes, desejam colocar suas
posições, esquecendo-se que os demais Vereadores também têm posições. Há três
Sessões, eu encaminhava favoravelmente
ao adiamento do Projeto das Áreas Especiais de Interesse Social, porque
esperava que a Prefeitura mandasse algo novo, algo que complementasse o Projeto
que está aqui há um ano e meio. Parece que, até então, a Prefeitura não tinha
pressa; de repente teve pressa. Eu não tenho nenhuma pressa, porque está nesta
Casa o Plano Diretor para ser examinado e o que se está pedindo aqui é um
cheque em branco para 101 vilas, cujos moradores aqui estão. Eu esperava que a
Mensagem Aditiva ou Retificativa trouxesse algo de novo. Ela foi entregue hoje
no Plenário e nós precisaríamos de, no mínimo, 48 horas para examiná-la. Agora
nós estamos pedindo para votar em seguida para, depois, ter que pedir que não
haja parecer.
Não houve interesse do
Executivo, porque quando há interesse, a gente faz o Projeto caminhar nas
comissões. O Projeto entrou aqui em novembro de 96 e só teve o primeiro parecer
em junho de 97; depois parece que não houve interesse. Ao parecer de junho de
97 eu tive o prazer de votar contrariamente, como também o fez o Ver. Reginaldo
Pujol. Os demais Vereadores votaram favoravelmente.
Eu continuo tendo sérias
dúvidas. Por que não tiveram pressa e agora, de repente, quando os vetos têm
que ser analisados, há essa pressa? São 101 áreas. Por exemplo, a Batista
Xavier. Eu comecei a minha vida na Prefeitura, trabalhando no loteamento da
Vila Batista Xavier. Eu não sei por que ela é área especial de interesse
social. Eu tenho que saber! A Vila Planetário está toda construída. Eu não sei
por que ela é área de interesse social se já foi construída atendendo preceitos
da Lei Orgânica. De forma estranha, mas
está aqui. Quanto à Vila Jardim, só dois Vereadores votaram contra: o Ver.
Antonio Hohlfeldt e eu. Foi absolutamente desonesto o que nos mandaram e
“enfiaram goela abaixo”, porque pressionando os Vereadores, mostravam que havia
necessidade de ser área de interesse social. Mas não disseram, quando mandaram
o Projeto de Lei, que já havia decisão da Justiça impedindo a utilização da
proposta da Prefeitura.
Então, eu esperava que
viesse algo novo. Não; o que veio diz que o Orçamento Participativo decidiu e
eu tenho que fazer. Então, não há por que aceitar as proposições da Prefeitura.
Acho que devemos ir com muita calma, fazer uma análise profunda, porque nós
temos no caminho um Plano Diretor para ser examinado, e eu não quero dar carta
branca para a Prefeitura em 101 vilas que têm interesse.
O Parque Santa Anita, para
mim, está pronto há muitos anos, mas agora, não sei por quê, devo declará-lo de interesse social. O Passo das Pedras
eu também conheço como pronto há muito tempo.
A Nova Gleba, quando Prefeito, eu reurbanizei toda. Então, não estou entendendo essa pressa. Eu acho
que não deve ser aceita a proposta dos meus companheiros de viagem. Saúde e
paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se bem percebo, a discussão em torno
da alteração da Ordem do Dia, na Sessão de hoje, tem suas raízes em alguns dias
passados, quando essa matéria esteve
pronta para ser votada, e foi solicitado seu adiamento em função da necessidade
de algumas correções que foram diligenciadas junto ao Executivo. Somente no dia
12, na última sexta-feira, ela entrou na Câmara da Vereadores e se tornou do
conhecimento dos integrantes desta Casa, alguns dos quais - verdade seja dita
-, vieram dela se assenhorar há poucos minutos. Eu me incluo entre esses,
porque ingressando a matéria na Câmara
no dia 12, e sendo os dias 13 e 14 sábado e domingo, evidentemente não se pôde
ter contato com ela antes.
O que implica, na prática,
Sr. Presidente, a alteração pretendida da Ordem do Dia é que dez Vetos fiquem
sobrestados até que se decidam essas matérias, até que se votem esses Projetos,
que só não foram votados anteriormente porque não se quis.
Eu não posso, Sr.
Presidente, com toda a honestidade e com toda a boa vontade que possa ter, com toda a simpatia que tenho
pelo Projeto, com todo o desejo de discuti-lo, quando existem várias realidades
que merecem e devem ser discutidas nesta Casa, desconsiderar que há dez Vetos
aguardando decisão da Casa, e que esses Vetos envolvem, também, situações do
maior interesse público.
Os dez Vetos, certamente,
não serão todos votados no dia de hoje, porque a Casa não desconhece que existe
um compromisso de cedência deste Plenário, às 19 h, para uma reunião do
Orçamento Participativo. Certo ou errado esse compromisso existe, e nós temos
de cumpri-lo, liberando este local às 18h 30min, sem condições para continuar a
votação. Já são 16h 25min. Há vetos importantes a projetos meus; por exemplo: a
utilização do passeio e do recuo para instalação de mesas, cadeiras e toldos em
bares e restaurantes, o que está sendo aguardado pela Cidade. Eu gostaria de
ver esse veto votado no dia de hoje. Não sei se conseguirei, mas não posso
contribuir para que isso não ocorra. E
contribuir para que isso não ocorra é alterar a Ordem do Dia.
Por isso, Sr. Presidente,
encaminhando a votação, eu me antecipo: ficarei com a ordem que prevê, desde
logo, o início da votação dos Vetos, sobre os quais a Casa tem, necessária,
orgânica e regimentalmente, que se
debruçar em regime prioritário. Não tenho a menor culpa de essa matéria só agora poder ser votada. Quis votá-la há
uma semana; não fui feliz. Agora, o que
quero é cumprir com a minha responsabilidade
e não frustrar a população de Porto Alegre, que aguarda o deslinde dos dez
Vetos que se encontram na Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na semana passada ocupamos esta tribuna para
solicitar aos Vereadores o adiamento da votação desse Projeto. A nossa
justificativa foi a de que, na oportunidade, o Diretor do DEMHAB, Ver. João
Verle, enviaria a esta Casa uma Mensagem Retificativa. Inclusive, o PSB
entraria com uma Emenda, contemplando alguns locais que achamos importantes. E
até podemos ler quais seriam esses locais: a Vila Nova Esperança, Jardim Lomba
do Pinheiro, Quinta do Portal, Safira Velha, Jardim das Oliveiras e Associação
Divino Mestre, R. Aurélio Porto.
Só que, ao mesmo tempo, esta
mensagem, que era para estudarmos, chegou sexta-feira. E o que fica difícil é
ser aprovada de última hora. E eu volto a insistir que este Projeto, não tenho
nenhuma dúvida, será aprovado por unanimidade nesta Casa. Até porque, é uma
ansiedade da população de Porto Alegre, que busca o seu direito.
Portanto, o PSB entende que
hoje, realmente, não é o dia, porque precisa ser analisado. Mas tenho certeza
de que quarta ou sexta-feira - não sei qual é o dia -, depois de ser analisado,
este Projeto será aprovado por unanimidade à população de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação o Requerimento verbal da Vera.
Maria do Rosário, solicitando alteração da Ordem do Dia.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal para votação.)
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Juarez Pinheiro, solicito a V. Exa. que interrompa a contagem da votação.
Solicito à senhora que
ofendeu a Vera. Tereza Franco, que se retire do Plenário neste instante.
Os Vereadores são livres
para emitir suas opiniões e seus votos. A senhora, que está de blusa cor de
abóbora, que estava pegando os votos, chamou a Vera. Tereza Franco de
analfabeta. Eu não admito que nenhum Vereador ou Vereadora deste Plenário seja
ofendido. Eu já havia pedido várias vezes para que não houvesse manifestações.
Suspendo a Sessão até que
essa senhora seja retirada do Plenário.
(Suspendem-se os trabalhos
às 16h32min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 16h35min): Estão reabertos os trabalhos. Solicito ao Sr. Secretário que prossiga
à chamada dos Srs. Vereadores para a
coleta dos votos. (Após a chamada.) REJEITADO
por 13 votos SIM e 19 votos NÃO.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Conversando com as Lideranças da Casa, procuramos
construir uma proposta - na medida em que este Requerimento não foi aprovado -
para modificação da ordem de votação dos Projetos Vetados e que em primeiro lugar seja votado o PLL nº 132/97 (da
página 11); em segundo lugar, PLL nº 088/97 (da página 08); em terceiro lugar,
o PLE nº 042/97 (da página 17); em quarto lugar, o PLL nº 141/97 (da página
12); em quinto lugar, o PLCL nº 015/97 e em seguida a ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento de autoria da Vera. Maria do Rosário. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2231/97 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 132/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Av. Oswaldo Rolla
(Foguinho) um logradouro localizado no Bairro Medianeira.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela
rejeição do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann:
pela rejeição do Veto Total;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela
rejeição do Veto Total.
Observações:
- para
aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
adiada
a discussão por uma Sessão.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o PLL nº 132/97 – Proc. nº 2231/97.
O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra para discutir.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, esta matéria, na verdade, teve uma repercussão -
a meu juízo - um pouco superior ao que ela demandava. Digo isso com muita
tranqüilidade e quem diz isso é alguém que conhece a trajetória de Oswaldo Rolla,
é alguém que sabe que aqui, no Rio Grande do Sul, quem saiu do sistema WM, o
Ver. Sebenelo sabe que sistema é esse, foi o “Foguinho”, e foi para o sistema
424. É alguém que sabe quem é que introduziu, na verdade, a preparação física
aos atletas profissionais neste Estado, que foi o Sr. Oswaldo Rolla, começando
a fazer jogadores a subirem e descerem as escadas do Estádio Olímpico. É alguém
que sabe que Oswaldo Rolla foi um
atleta exemplar, que foi um treinador exemplar, que foi um conselheiro na vida
do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, a exemplo de membros deste Parlamento,
como os Vereadores Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, João Dib e tantos outros que
por aqui já passaram. Eu sei quem é Oswaldo Rolla, eu o conheci, Ver. Sebenelo,
quando ele foi treinador de seu time, na época do memorável e saudoso
Presidente José Záchia, pai do nosso querido Ver. Fernando Záchia. Oswaldo
Rolla também foi um grande alfaiate. Oswaldo Rolla foi um cidadão de escol
nesta Cidade. Eu digo essas coisas porque sou gremista e já fiz parte de
torcida organizada do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, e venho aqui dizer que
o Veto do Sr. Prefeito, naquela oportunidade e naquela conjuntura, não tinha
nada de tão extraordinário, assim como foi colocado. Eu quero dizer que a Lei
nº 320/94, aprovada neste Plenário por muitos Vereadores dessa Legislatura, e o
Ver. João Dib queria manter esse espírito, praticamente impede que seja
alterado qualquer nome de logradouro, porque exige plebiscito. Não é por outra
razão que hoje nós vamos apreciar um Veto a Projeto de V. Exa., junto com o
Ver. Décio Schauren que melhor regula essa questão, ou seja, a partir de agora
com 2/3 dos membros do parlamento e sendo ouvidos 2/3 dos membros da comunidade
é possível mudar-se a Legislação, no que tange aos nomes de ruas, praças ou
logradouros públicos. A Lei nº 320/94, discordantemente do Ver. João Dib que
quer manter esse sistema, tem problemas, mas
aí está a inteligência do Ver. Luiz
Braz e do Ver. Décio Schauren.
O Prefeito ao receber desta
Casa um Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, cumprindo a sua
finalidade, disse da ilegalidade dessa Lei, porque feria o art. 320/94, não
tinha outra atitude a fazer, senão a que fez, porque alguém que preside um
executivo municipal tem que presidir também pelo princípio da legalidade,
porque nós vivemos, por óbvio, um regime democrático e um prefeito não pode
ficar acima das leis.
Ver. Fernando Záchia, V.
Exa. contestou o meu Parecer. V. Exa. um colorado de escol, mas amigo de muitos
gremistas, que apresentou de forma meritória esse Projeto para homenagear um
dos esportistas, se não o maior esportista deste Estado.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Antônio Losada se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Agradeço
ao Ver. Antônio Losada. Ver. Fernando
Záchia, agora me dirijo diretamente a V. Exa., alguém que parabeniza V.Exa. pelo mérito da sua iniciativa, mas
que discorda da sua elaboração legal nesse procedimento. Na verdade, V. Exa.
alega, e colocou isso nos meios de
comunicação, que divergimos nesta questão. Este Vereador votou no Projeto de V.
Exa., mas gostaria de fazer a
observação de que V. Exa. se apega no
fato de que não sendo um logradouro cadastrado, não seria necessário um
plebiscito para alterar o nome do logradouro. Há uma diferença na Lei 320/94.
Para denominarmos um logradouro público é preciso, no caso de logradouros não cadastrados, que seja
feito um abaixo-assinado da comunidade, e, sendo cadastrado, a lei dispensa isso. É verdade. Só que no que tange à
alteração de nomes, a lei obriga que
seja feito o plebiscito. A nossa discordância, apenas quanto à legalidade desse
procedimento, de que V. Exa. considera denominar o nome de um logradouro, mas,
este Vereador entende que estamos
alterando a denominação de um logradouro. Este Vereador tem aqui uma cópia do
Guia Telefônico em que consta, claramente, a existência da Av. Cascatinha, e,
também, do Manual dos Correios e Telégrafos onde consta a mesma coisa. Na
verdade, não estamos denominando um logradouro, mas alterando uma denominação
já existente e sendo assim, seria necessário realizar-se um plebiscito.
O Sr. Fernando
Záchia: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador). Discordamos, não no mérito,
mas na questão jurídica deste Projeto. Mas gostaria de comentar que essa
informação do Manual dos Correios e Telégrafos não é oficial, não que não seja
verdadeira, utilizando-se sempre das denominações de ruas já consagradas. Nisso
concordamos: Cascatinha é uma denominação consagrada. Mas o que é oficial é a
denominação do Registro de Imóveis, onde a rua Cascatinha não consta, estando
lá como rua sem denominação. Por isso que este Vereador discorda de V. Exa.
quando entendia que não era uma troca e, simplesmente, em termos oficiais
estaríamos denominando o nome.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Essa
é a nossa discordância. A nosso juízo a comunidade consagrou, há trinta anos, a
existência da Av. Cascatinha, e esses documentos que mostrei comprovam.
Ver. Fernando Záchia e Ver.
Reginaldo Pujol, conselheiro do Grêmio Futebol, fiz apenas essa diferenciação,
porque se quis crucificar, fazer críticas ao Prefeito de que não teria agido de
forma correta. Quis apenas salientar esse aspecto para mostrar que S. Exa.,
o Chefe do Poder Executivo, agiu com
correção. Este Vereador, porém, teve o
entendimento de que com base na Lei que vamos - a partir do momento que
derrubarmos o Veto ao Projeto do Ver. Luiz Braz, juntamente com o Ver. Décio
Schauren - aprovar aqui, Ver. Fernando
Záchia, que V. Exa. - à luz da nova legislação trazida a esta Casa pelo
Projeto, já nominado, dos Vereadores Luiz Braz e Décio Schauren - implementou,
porque consultou os moradores, mais de dois terços deles. Porque esse Projeto,
inclusive com o voto deste Vereador, foi aprovado nesta Casa com mais de dois
terços, quase pela unanimidade dos presentes. Este Vereador teve entendimento
na Comissão de Justiça, e recebeu o apoio dos demais membros, de que seria o
caso - considerando-se também a figura, o vulto que representa Oswaldo Rolla, o
“Foguinho”, nesta Casa -, de derrubar esse Veto, porque ele, a exemplo de Mário
Quintana, que recebeu o nome daquele equipamento na Rua dos Andradas - que
inclusive quando esse eminente poeta do Alegrete adotou a Cidade de Porto
Alegre como a sua Cidade -, foi denominado quando Mário Quintana ainda era
vivo. Algumas pessoas como Mário Quintana e “Foguinho” merecem essa
consideração. Por esse motivo, este
Vereador, como Relator, encaminhou, na Comissão de Constituição de Justiça,
pela derrubada do Veto do Sr. Prefeito.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR
PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos votando um Projeto que todas
as Comissões da Casa opinarão pelo não acolhimento do Veto, Ver. Pedro Américo
Leal, inclusive a minha Comissão, a Comissão de Justiça, onde o Vereador que me
antecedeu na tribuna, Juarez Pinheiro, que é um legalista de carteirinha, num
Parecer brilhante, enfocando o assunto em forma diferente, também recomendou o
não-acolhimento do Veto. Esse Veto diz respeito a uma matéria que, quando
votada no primeiro momento aqui na Casa, quando da aprovação do Projeto que, em
última razão, propicia o Veto, foi aprovado por unanimidade. Então, estamos
aqui diante de uma situação, de certa forma, paradoxal. Mas o que todos
discutem em Porto Alegre é como vai ser perpetuada a homenagem ao Oswaldo
Rolla, ao senhor "Foguinho".
Esse cidadão, que não
pertenceu ao Grêmio Porto-Alegrense, como às vezes o discurso pode parecer,
pertenceu ao Esporte do Rio Grande, porque todos sabemos que o futebol do Rio
Grande do Sul tem dois momentos: antes e depois do "Foguinho". Até
então tínhamos um futebol com característica muito própria, que consagrava o
craque, não levava em conta o atleta, não levava em conta a preparação
física. E depois que o
"Foguinho" começou a ter acatadas as suas posições, o Rio Grande do
Sul começou a festejar inúmeros títulos pelas suas duas principais equipes, e
ultimamente, inclusive, equipes do interior do Estado têm realizado nos
torneios nacionais excelentes desempenhos. Hoje, o futebol do Rio Grande do Sul
tem uma marca definida, e essa começou com a revolução de Oswaldo Rolla nos
idos de 1961/62, um pouco antes até.
Por isso, Senhor Presidente,
venho à tribuna, não só para
cumprimentar o Ver. Fernando Záchia, que acreditou, que se informou, que
verificou que não estávamos incorrendo em nenhum deslize legal ao denominar
oficialmente uma rua que não tinha denominação, e enfrentou alguns argumentos
que eram tão fracos, que o tempo desfez e que contribuíram, inclusive, para que
a discussão desse Processo fosse levada às últimas conseqüências. Eu tenho uma
opinião: acho que projetos que a Casa aprova por unanimidade, deviam ser
vedados ao Prefeito vetar. Acho que um veto a um projeto aprovado por
unanimidade da Casa é, de certa forma, uma desconsideração ao Legislativo. Não
é possível que todos nós sejamos "babacas" e que estejamos errando
juntos, não é possível que isto aconteça. Eu não posso acreditar que uma Casa repleta
de inteligências como esta tenha, coletivamente, praticado um erro tão grotesco
de, unanimemente, aprovar algo que, pela sua origem, tivesse tal vício de
ilegalidade, tal vício de inorganicidade e justificasse o veto. Não o teve. Nem
o melhor legalista da Casa em um esforço extraordinário, num estudo brilhante,
até ele acabou concluindo que o Projeto era legal. É verdade que se socorreu de
fatos novos, que ocorreram depois da aprovação, mas anteriores ao Veto, que
podem ser aplicados ao caso porque a lei pode retroagir para favorecer. Por
isso, Ver. Záchia, não vou me prolongar na tribuna. Espero que a Casa, mais uma
vez, por unanimidade, decida prestar esta homenagem, absolutamente merecida a
um cidadão que pertence à história do futebol do Rio Grande, não só a história
do meu Grêmio, nem do vosso Colorado, mas de todo o futebol do Rio Grande que
teve – repito - uma metamorfose e uma transformação a partir do momento em que
esse cidadão conseguiu inculcar na mente dos gaúchos que o esporte tem que ser
cuidado com seriedade e que um jogador de futebol, mais do que um craque, tem
que ser um cidadão responsável. Esta era a tônica da atuação do Sr. Oswaldo
Rolla, como bem conhece o Ver. Sebenelo, que com ele conviveu intensamente e
teve a oportunidade de ouvir dele judiciosas considerações sobre as coisas que
diziam respeito ao esporte e à vida. Concluo dizendo: vou aguardar na minha
Bancada a possibilidade de, a curtíssimo prazo, com um novo "sim",
reafirmar a disposição de Porto Alegre, unanimemente expressa pelos seus
representantes populares, de ver homenageado esse destaque da vida esportiva do
Rio Grande, o Sr. Oswaldo Rolla. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR.PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra para discutir.
O SR. CYRO
MARTINI: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Para quem teve o prazer de conhecer Oswaldo Rolla
e saber da sua personalidade, de seu caráter e da sua capacidade técnica no
futebol, sob vários ângulos, é motivo de honra poder estar nesta tribuna para
falar acerca do nominado.
O Sr. João
Dib: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Cyro Martini, fico
feliz que V. Exa. esteja nesta tribuna. Quero apenas fazer um aparte porque
como V. Exa. é uma das pessoas que mais conhece trânsito em Porto Alegre, o Sr.
Oswaldo Rolla fica na minha memória,
pois, logo que deixei a Prefeitura encontrei-o e ele me disse: "Dib, uma
solução para a Rua General Vitorino seria colocar uma mão inglesa na sua
extremidade". E um dia a Prefeitura fez isso. Ele, além de entender de
futebol, além de entender da Cidade, ele tinha sensibilidade e se preocupava
sempre. Então, V. Exa., profundo conhecedor de trânsito, descobriu agora que
Oswaldo Rolla também cuidava do trânsito da Cidade.
O SR. CYRO
MARTINI: Eu
agradeço a V.Exa. pelo aparte e pela informação. De fato, Oswaldo Rolla era uma
pessoa esclarecida, de inteligência fora do comum e que tinha condições de
trazer uma novidade desta ordem, que, para muitos, é inédita, que é a mão
inglesa - o curso do tráfego em sentido contrário. Vejam quão importante é para
nós falarmos acerca de Oswaldo Rolla.
Nós, colorados, como o
ilustre Ver. Fernando Záchia, proponente colorado, não temos uma memória das
melhores acerca de Oswaldo Rolla, por duas razões: a primeira delas é que ele
ganhou praticamente todas os campeonatos que dirigiu o Grêmio contra nós - e
nós dispúnhamos de um time de gabarito, de escol, não era um time como o atual,
que não nos honra muito; em segundo lugar, no último Grenal, dos Eucaliptos,
quando nós tentávamos entrar no campo, se a memória não me falha, este Vereador
e o ilustre Ver. Pedro Américo Leal, na
época superintendente dos serviços policiais,
não conseguimos, porque
estava superlotado. Naquele dia nós tomamos “4 x 0”, e o goleiro era o Schneider. Foi o último
Grenal. Eu até consegui entrar, mas não adiantou, porque não consegui ver o
jogo.
O Oswaldo Rolla é uma figura
singular. Antes dele o futebol era um, depois dele tornou-se outro. Isso não
apenas no Rio Grande do Sul, como disse o Vereador Pujol, mas além do nosso
Estado. Embora nós, colorados, tenhamos restrições, somos obrigados a
reconhecer. E Oswaldo Rolla não treinou apenas o Grêmio, mas o Pelotas, o
Aimoré, o Cruzeiro e outros clubes.
O Sr. Antônio
Losada: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cyro Martini, além
dessas qualidades de Oswaldo Rolla, de qualidade técnica, de sistema de
futebol, grande preparador físico, treinador dos dois grandes clubes do Rio
Grande do Sul, Oswaldo Rolla pertencia a minha categoria: a dos alfaiates.
Oswaldo Rolla também tinha uma sensibilidade sindicalista e contribuiu para a
atividade sindical da sua categoria em nosso Estado. Oswaldo Rolla transcendia
o aspecto futebolístico, também tinha o sentido social.
O SR. CYRO
MARTINI: Seria
interessante, também, destacar o valor pedagógico, o valor educativo da prática
futebolística, que não está mais sendo observado, principalmente em nossos
estabelecimentos de ensino.
Vejam que Oswaldo Rolla
transformou jogadores de futebol em atletas profissionais de grande
envergadura, em homens extraordinários, como, por exemplo, Elton e Milton
Coelho. Dois grandes nomes que ele transformou em profissionais de escol e
homens de caráter e de grande envergadura. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero falar sobre duas pessoas; a primeira
delas é do colega, amigo de muitas jornadas, o Ver. Juarez Pinheiro. O Ver.
Juarez Pinheiro, como, talvez, um traço de característica pessoal, um traço de
caráter, de personalidade, além de brilhante advogado, tem o chamado acendrado
amor alheio. Ele é, como disse com muita propriedade o Ver. Reginaldo Pujol, um
legalista. Não é uma pessoa rígida, ao contrário, é amigo dos seus amigos,
gosta das coisas boas, que todos nós gostamos. Mas é, também, uma pessoa que
tem uma característica fundamental: ele é judicioso. E ser judicioso não é ser
só amigo da lei, é ter bom senso. E me parece que muitas vezes as pessoas que
trabalham com o texto da lei, mesmo sendo virtuosamente judiciosas, não têm
aquela característica das pessoas mais frouxas, mais magnânimas. Eu quero dizer
que o compromisso público é todo ele pelo amor à Lei; além do respeito à Lei,
gostar da Lei. Todos nós temos que gostar da Lei.
Pois surge, agora, esse
episódio de uma grande figura do Rio Grande do Sul, chamado Oswaldo Azarini
Rolla. Lembro de um grande escritor rio-grandense chamado J. Simões Lopes Neto,
que escreveu um livro antológico chamado “Casos do Romualdo”, que eu li quando
era jovem e gostava imensamente de reler, pelo seu lado cômico, pela sua
crônica, mas também por alguma coisa assim mais frouxa, menos arraigada, aquele
jargão gaúcho, uma coisa mais urbana,
mais citadina, mesmo sendo de um homem
do campo, um homem rural, um rurícola. Eu acho que “Foguinho” mereceria, hoje,
um trabalho igual ao de J. Simões Lopes Neto, em “Casos do Romualdo”, tinha que
ser “Casos do Foguinho”, porque era um homem brilhante, inteligente, talentoso, de um sentido
prático muito grande, e até quero lembrar que ele foi juiz de futebol, um
excelente juiz de futebol.
Havia um presidente da
Federação, chamava-se Aneron Corrêa de
Oliveira, que instituiu um trio de gremistas: Júlio Petersen, o grande geógrafo
e historiador, “Foguinho” e Arthur
Villarinho, o mecanógrafo de minha preferência e amigo pessoal. Essas três pessoas fazem parte de uma
história importantíssima de Porto Alegre, que hoje vem desembocar numa polêmica
que nasceu desnecessariamente, porque “Foguinho” está acima de todas essas polêmicas. Parece-me que muitos
episódios de vetos do atual Prefeito, o foram por uma rigidez insuportável em relação ao texto da lei. Ao ponto de um
dos pareceres de um desembargador dizer que esse assunto não deveria ter subido
ao Judiciário, que poderia ter sido resolvido na fonte, se a autoridade pública
tivesse um pouco mais de elasticidade,
se entendesse e respeitasse a lei, mas também os processos consuetudinários, os processos culturais, os
processos sociais, porque, muitas vezes,
uma lei faz com que o administrador seja um pouco mais elástico. Isso
não foi aprendido pelo Sr. Prefeito;
ele se aferrou ao texto da lei, dependurou-se na lei e cometeu essa
infelicidade de vetar o nome de Oswaldo
Rolla, que já dizia, em conversa comigo na Rua da Praia, alguns anos atrás:
"Eles são a maioria; eles vão vencer sempre, os medíocres". Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Tem
a palavra o Ver. Nereu D'Ávila para discutir.
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Lamento muito não seguir o diapasão nem a linha
de raciocínio que vem sendo dada à discussão da matéria, que está sendo
discutida tão somente pelo ângulo emocional. Já votei nesta Casa coisas pelas
quais hoje estou respondendo em juízo. Por ser fiel ao Governo Alceu Collares,
votei uma doação de imóvel à Maçonaria, na Av. Praia de Belas, e hoje estou
respondendo por essa minha decisão na Justiça, juntamente, inclusive, com os
ex-Vereadores Hermes Dutra e Teresinha Irigaray, entre outros.
Não tenho nada contra o
Grêmio ou contra Oswaldo Rolla, mas tudo a favor da lei, da legalidade. Quem
fez o art. 8º da Lei Complementar 220 fui eu, em maio de 1994, que foi revogado
pela Casa, por Projeto do Ver. Luiz Braz, no final do ano passado. O art. 8º
dizia que deveria haver plebiscito para mudar nome de rua, cabendo à Câmara
organizá-lo. Agora, a alteração é possível desde que dois terços dos moradores
manifestem essa posição. Ocorre - com todo o respeito ao Ver. Fernando Záchia -
que eu moro ali e não fui consultado. Eu moro exatamente ali, ao lado, na
Cascatinha, na Gastão Mazeron, e conheço aquela região palmo a palmo. E aqui,
neste equivocado e malfeito mapa que a Prefeitura apresenta, dizendo "futura
praça", ali já foi dado, por este Vereador, o nome de Vieira, o
"Vi", ex-ponta esquerda do Grêmio. Então, isto aqui está tudo errado.
E vou-me abster, porque não quero compactuar com a ilegalidade, embora todo o
mérito. Voto a favor do Sr. Oswaldo Rolla, mas não é questão de Oswaldo Rolla
ou do Grêmio, é questão de legalidade,
porque o abaixo-assinado tem assinatura de todo mundo, menos do pessoal da
Cascatinha: da Fernando Machado, Duque de Caxias, Rua das Laranjeiras, José de
Alencar, Manuel Bandeira, Veranópolis, Ramiro Barcelos, Jerônimo Coelho,
Wenceslau Escobar. Da Cascatinha tem cinco assinatura e três da Carlos Barbosa,
o resto é de outros lugares. E a lei diz que tem que ser assinada pelos
moradores do local, entre os quais eu me incluo, pois sou lindeiro, e teria
imenso prazer em assinar.
Não tenho nada contra e me
admiro muito de o Sr. Prefeito vir aqui pedir à sua Bancada para voltar atrás,
depois de ter vetado, com justiça, porque não se veta em cima de emoção, se
veta em cima de lei e o Veto está correto. O Parecer do Ver. Juarez Pinheiro
está perfeito até a parte final, onde ele diz que cumpridos os dois terços dos
moradores e dois terços desta Câmara pode mudar o nome de rua. Só que não tem
dois terços de moradores. Se tiver dois terços desta Casa, tudo bem.
O que me admira é o fato de
a Bancada do PT e de o Sr. Prefeito recuarem porque a "Zero Hora",
porque o Sr. Ruy Carlos Ostermann, porque não-sei-mais-quem achou um escândalo
estarem denegrindo o nome do “Foguinho”. A questão não é emocional, é de lei. E
depois que eu fui parar na Justiça por votar aqui com o Governo Collares, eu
não voto mais nada contra a lei para ser bonzinho, para ser simpático com o
Grêmio, com o Colorado, com o São José, com o “Foguinho”, com quem quer que seja.
Eu fico com a lei. Lamento que o Prefeito não fique com a lei, que se tenha se
dobrado, que se tenha vergado à
imposição da "Zero Hora", do poder da mídia. E lamento que a Bancada
do PT, invertebrada, vá quebrar a força da lei. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a insensibilidade do Sr. Prefeito Municipal nos
proporcionou a possibilidade de, duplamente, homenagearmos a figura
extraordinária deste homem que durante anos pontificou, com suas inteligentes
observações sobre o esporte e sobre o cotidiano de nossa vida, através de suas
reflexões simples, talvez, mas que oportunizavam uma compreensão do cotidiano
da vida onde se integrava, também, o esporte. Homem extremamente inteligente,
preparado e de tiradas extraordinárias nas suas participações como cronista
esportivo e, como revelam aqueles que conviveram com ele na condição de técnico
e de esportista, uma pessoa que revelava uma extraordinária riqueza interior.
E o Sr. Prefeito Municipal
vetou o Projeto. Isso me lembra a busca de certas posições extremamente
jurisdicistas.
Sou homem, nesta Casa, que
tenho pautado minha atuação por observância aos princípios das leis, da Lei
Orgânica, da Constituição Federal e das demais leis que regem a sistemática da
vida da Cidade. Agora, o que me surpreende é que, vez por outra, alguns
Vereadores se atêm ao exagero do estabelecido na norma jurídica para
fundamentar as suas posições.
Vejam, V. Exas, que uma das
questões suscitadas é que a alteração da denominação de logradouros, de acordo
com a legislação de hoje, Lei Complementar nº 320, é permitida através de
plebiscito, nos termos do art. 99 da Lei Orgânica do Município, Parágrafo
Único, cabendo à Câmara Municipal organizá-lo.
Não me consta, até hoje, e
bem sabe o Ver. Décio Schauren, um “expert”
na matéria, que a Câmara Municipal tenha conseguido organizar qualquer um
plebiscito. Não há registro na sua história. Tanto isso é verdade, que essa
técnica é inviável, essa sistemática é
desusada, sem previsão legal; portanto, o dispositivo da lei é
inaplicável, até hoje não se conseguiu
viabilizá-la. Ao contrário, existe um Projeto de Lei do Ver. Décio Schauren que
prevê outros métodos, e já muda esse perfil.
Então, tenho certeza de que
esse apego à lei, manifestado pelo meu colega de Bancada, Ver. Nereu D’Ávila,
foi colocado de uma maneira um pouco
exagerada suas colocações e revelou até
uma incompreensão daquilo que é maior: a homenagem que o Ver. Fernando Záchia
prestou, através de seu Projeto de Lei, ao mudar a designação da Av. Cascatinha
para Av. Oswaldo Rolla. Saúdo essa iniciativa do Vereador e, felizmente, a mídia - aí, a mídia é
positiva - veio, exatamente, para cobrar a insensibilidade de um alcaide, que
não foi sensível ao clamor da população que queria ver aquela rua sob a
designação de Prof. Oswaldo Rolla. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. José Valdir está com a palavra para discutir.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o que não dá mais para suportar nesta Casa é o sofisma. O centro desta discussão não é a
figura do Oswaldo Rolla. O centro dessa discussão é se esta Casa pode mudar o
nome de uma rua sem a observância da
lei - da qual tantos, aqui, gostam de dizer que são os guardiões -, sem
consulta popular, baseado apenas no
mérito do homenageado. Esse é o sofisma que se está se fazendo nesta discussão.
Como, provavelmente, daqui a pouco, é o mesmo sofisma que vai ser usado para a
próxima discussão do Veto. Não se está discutindo a importância de Oswaldo
Rolla, como não vai-se estar discutindo a importância da Terreira da Tribo. O
que se está discutindo é a questão da coerência e da observância de
determinados princípios políticos, éticos e legais.
E aí, ficar elogiando a
figura de Oswaldo Rolla é para fugir do centro da discussão. Na verdade, este
Projeto foi feito totalmente ao arrepio da legislação, e também é uma
incoerência.
Nada como um dia depois do
outro. Quando eu apresentei um projeto,
aqui, para homenagear a Elisa Regina, há um tempo atrás, foi um escândalo,
porque eu queria mudar nome de rua, como a Edvaldo Paiva. Depois, sugeri mudar
o nome da Av. Castelo Branco e vieram com uma pilha de leis, dizendo que não
podia, por um ou outro motivo. Acabamos fazendo uma homenagem que, no final das
contas, ficou muito boa, no Teatro do Gasômetro.
Inclusive, a imprensa veio
para cima, e por quê? Sempre querendo desviar para o mérito: como tinha uma
avaliação negativa da Elis Regina, vieram com toda uma legislação. O Ver. Isaac
Ainhorn, que é um brilhante advogado nessas horas, quando interessa, engaveta a lei.
Agora, hoje, para homenagear
Oswaldo Rolla, porque há uma simpatia da imprensa, aí vale tudo. E eu acho que
o Prefeito vetou corretamente este Projeto. E vou dizer mais: não é só uma
questão de legalidade, mas também de legitimidade e de respeito ao povo. Nós
temos que parar. Dar nome a rua é uma coisa muito séria e mudar nome de rua é
mais sério ainda. Nós temos que aprender a respeitar. E aí, quem falou em
direito consuetudinário, este direito é das pessoas - que já têm nome de rua,
já consagrados - de serem ouvidas.
Então nós temos que parar de
desrespeitar o povo. Eu sempre cito o exemplo da minha vila, onde as ruas
tinham determinado nome, íamos dormir com um nome e acordávamos com outro nome
na rua, sem saber de onde, pois nunca fomos consultados. Colocar nome de rua
sem consultar a população é um desrespeito; mudar nome de rua é mais grave
ainda.
E mais grave ainda é
querermos sobrepor o culto da personalidade à poesia, pois há determinados
nomes de rua muito mais poéticos, como esse, inclusive. Nós, às vezes, acabamos
com nomes de rua que são extremamente poéticos, que tinham a ver com a história
da rua, com a cultura da rua, como é o caso da "Cascatinha". Por essa razão acho que o Prefeito vetou
corretamente o Projeto.
O Sr. Isaac
Ainhorn: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, quero
dizer que respeito a posição de V. Exa., mas V. Exa. disse que eu
"engavetei" a lei. E na linguagem esportiva "engavetar" é
uma acusação muito grave, e eu não poderia engavetar lei, porque criaria uma
situação difícil.
O SR. JOSÉ
VALDIR:
Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa. novamente está usando sofismas. Aqui ninguém é
jogador de futebol, e nós estamos falando em leis, Vereador, e encerro o seu
aparte. Isso é um assunto sério e não me venha com linguagem futebolística; é
uma questão de coerência. Esta Casa tem que julgar as coisas com o mesmo peso e
as mesmas medidas, e não ora de um jeito, ora de outro. Para uns vale a
legislação e para outros não. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra
para discutir.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, embora a emoção seja absolutamente
fundamental na vida de todos nós, quando assumimos a tarefa de legisladores, de
representantes do povo da Cidade, quando assumimos a tarefa de governar a
Cidade, no caso do Executivo, é preciso, ao máximo, que nos afastemos da emoção
e trabalhemos com a razão. Eu sou um Vereador da Bancada do PT - da Bancada que
hoje está no governo -, que, quando um vereador da oposição reclama que o
Executivo atrasou algum Pedido de Informações, quando o Chefe do executivo ou algum secretário não
deu determinada informação, eu reforço a posição desse vereador de oposição,
porque eu acho que se existe lei a gente deve cumpri-la; se discordarmos da lei
, trabalhemos para mudá-la, mas em princípio cumpri-la.
De fato, fico espantado
quando se inventa um monte de
argumentos para dizer que o Sr. Prefeito errou ao vetar este Projeto de Lei.
A nossa Comissão de Constituição e Justiça já tinha
se definido. Então o Prefeito de Porto Alegre não pode, de forma nenhuma, ser
criticado porque o Prefeito cumpriu a
lei, senão, esta Câmara entra em parafuso.
Já ouvi nesta tribuna, Ver.
Carlos Garcia, o Ver. Cláudio Sebenelo dizer que parecer é uma coisa que parece
ser. Se não fosse trágico, seria risível, um Vereador, nesta tribuna, dizer que
um parecer é uma cosia que parece ser!
Acho que, daqui a pouco,
alguns Vereadores vão parecer serem vereadores, porque, assim como
eu, acho que a maioria se esforça e estuda os projetos para emitir o seu parecer, para que ele seja
verdadeiro, para que não seja uma brincadeira.
Então, se muitos vereadores de
oposição, desta tribuna, chegam a dizer
que o Prefeito deveria ser punido porque não cumpre a lei, como nós próprios
podemos criticar o Prefeito, que agora cumpre a lei? E, na verdade, ele cumpre
sempre.
Não é possível trabalhar
assim. Se quisermos trabalhar na
política sem fazer disso uma crítica indevida ao Prefeito Raul Pont, pelo
merecimento de Oswaldo o Rolla, que eu não conheci, mas sei da sua importância para o esporte do Rio grande do Sul, é
outra questão; se nós quisermos trabalhar politicamente, é outra cosia, é outro
caminho. E esse caminho foi que ao final se trilhou, quando o Prefeito - que,
às vezes, é criticado por ser um homem irredutível, que não conversa - veio
aqui e disse que “se a Câmara de Vereadores, na sua totalidade, acha que,
diferentemente do que a CCJ disse, deve ser derrubado o Veto, muito bem, assuma
o custo político e o faça, porque eu não vou para a justiça”. Uma demonstração
clara de respeito político à Câmara e ao
clima que se criou na Cidade.
Nós podemos achar que era
possível a negociação, mas jamais criticar o Prefeito Raul Pont porque ele
cumpriu a lei?! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Fernando Záchia está com a palavra para discutir.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, muito se disse aqui que o Prefeito Municipal
cumpriu a lei. Peço ao Ver. José Valdir, que me antecedeu, que leia um pouco
mais sobre as leis de Porto Alegre, já que
S. Exa. é um Vereador antigo da Casa. Principalmente, porque a lei diz
que, para ser trocado o nome de um logradouro público, há a necessidade de um
plebiscito, quando tratar-se de logradouros oficiais. S. Exa. disse que foi
trocado o nome de uma rua oficial e, por isso, havia a necessidade do
plebiscito - que não foi feito - e aí o Prefeito estaria cumprindo a lei.
Ver. José Valdir, esta rua é
outra questão, porque não é um logradouro oficial. A rua Cascatinha é uma rua
consagrada. E é aí que está a divergência com o Ver. Juarez Pinheiro, que fez o Parecer na Comissão de
Justiça, quando ele próprio entendia que era uma rua oficial.
Tive o cuidado de solicitar
uma diligência ao Sr. Prefeito Municipal, perguntando a ele se tratava de uma
rua oficial. A resposta do Sr. Prefeito, 27 dias após, diz claramente que a Av.
Cascatinha não teve esse nome denominado por lei ou decreto.
Ora, se não teve esse nome
denominado por lei ou decreto, ela, portanto, não é uma rua oficial e, daí, não
se caracteriza a exigência legal de realização de um plebiscito. Então, temos
que ter cuidado, porque está sendo dito que esta Casa, pela questão emocional
ou pela pressão da imprensa, estava fazendo uma ilegalidade, e o Sr. Prefeito
estava mantendo a legalidade, quando vetava uma lei. Não, esta Casa e este
Vereador tivemos o cuidado até de anexar ao Processo um abaixo-assinado, do
qual nem haveria necessidade, mas como trocava, Ver. José Valdir, o nome de uma
rua consagrada, fiz questão de ouvir os
moradores para saber se eles concordavam com a troca de nome consagrado pela
denominação oficial.
Vejam que tive todo cuidado
de durante o Processo solicitar uma diligência do Executivo Municipal, para
saber se era oficial ou não, tive o cuidado de anexar ao Processo um abaixo-assinado,
para ver se havia concordância dos moradores de seis apartamentos, não do Ver.
Nereu D'Ávila, que mora próximo. Cinco concordaram, o sexto está a venda, não
tem proprietário neste momento. Esta Casa não fez nenhuma ilegalidade, não
mudou as leis. Esta Casa aprovou no mês
de dezembro uma lei que diz que, para haver a necessidade do plebiscito, o
logradouro tem que ser oficial, tem que ser denominado através de decreto. A
Cascatinha é uma rua consagrada.
Até podemos discutir a
questão do que é que representa o consagrado. Agora, no registro de imóveis,
por exemplo, consta rua sem denominação, não consta rua Cascatinha.
O Sr. José
Valdir:
Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Como o Ver. Nereu
D'Ávila já colocou, há dúvidas sobre a amplitude dessa consulta. Essa é uma
questão.
A questão não é só
legal; a questão é a opinião dos moradores que moram em uma rua
consagrada. Não podemos colocar numa
outra rua o nome de Cascatinha, mas podemos colocar em outras tantas ruas o
nome de Oswaldo Rolla. Porque o nome de Cascatinha faz parte da memória da
Cidade: nós estamos mudando a história da Cidade. E V. Exa. é responsável por
isso. Nós estamos matando a história da Cidade, sem uma consulta ampla à
população.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA:
Ver. José Valdir, uma questão é a discussão da história da Cidade, outra é acusar um Vereador e esta Casa, que aprovou o Projeto, de estarmos praticando um
ato ilegal. V. Exa. veio a esta tribuna dizer que nós estávamos rasgando as
leis deste Município. Não é verdade. Antes de V. Exa. dizer isso, deveria
conhecê-las, não pode fazer acusações sem ter conhecimento.
Nós ouvimos os moradores da
região e mais duzentas, trezentas pessoas, que também têm essa visão do que
representa a denominação histórica, a denominação consagrada da Cidade.
V. Exa. entende que deveria
ser ampliada a discussão?
Isso é extremamente
importante, mas não podemos passar a informação de que esta Casa e este
Vereador teríamos feito algo ilegal.
O SR.
PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Paulo Brum se inscreve e cede seu tempo a
V.Exa., com a concordância dos inscritos: Ver. Henrique Fontana, Ver. Jocelin
Azambuja e Ver. João Dib.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Agradeço
ao Ver. Paulo Brum e aos demais Vereadores, mas não vou utilizar os cinco
minutos, só quero deixar ressaltado que não se passe a informação de que esta Casa fez algo ilegal. Se o
Prefeito Raul Pont entendia que havia razões para que ele pudesse vetar este
Projeto e depois verificou que havia, por parte da sua assessoria, o
desconhecimento de uma lei aprovada nesta Casa, o problema, Ver. Nereu D'Ávila,
não é deste Vereador e muito menos desta Casa Legislativa.
O Sr. Nereu
D'Ávila: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Essa resposta do Prefeito ao pedido de diligência
de V. Exa. foi antes do Veto?
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Foi
antes do Veto.
O Sr. Nereu
D'Ávila: Não
podemos tergiversar. Se ele mandou dizer que a rua não era legal...
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Não
era oficial.
O Sr. Nereu
D'Ávila:
Não tinha decreto.
O SR. FERNANDO
ZÁHIA: Não
tinha uma denominação oficial e sim uma denominação consagrada.
O Sr. Nereu
D'Ávila:
Consagrada? Então não era legal.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Não
tinha nome.
O Sr. Nereu
D'Ávila:
Então ele não podia vetar.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA:
Vereador, até participei de uma
discussão e ele não se lembrava desse documento.
O Sr. Nereu
D'Ávila: E
também, Vereador, ele não podia vetar. Vamos assumir que o Veto pode ser jogado
fora. Se também não era legal, também não precisa das prescrições da lei, ou
seja, V. Exa. não precisava ter colhido uma assinatura.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA:
Este Vereador teve o cuidado de fazer um abaixo-assinado, principalmente com os
moradores da rua, por uma questão de coerência, já que esses seriam diretamente
afetados com a troca. Precisávamos saber se havia a concordância dos moradores
da rua Cascatinha para a troca do nome. Um acréscimo ao processo.
O Sr. Nereu
D'Ávila: Creio
que temos uma divergência. Mas me responda, V. Exa. acha que a rua é
consagrada, apesar de não estar cadastrada oficialmente na Prefeitura.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Ela
está cadastrada, só não é oficial. E toda a rua que tem calçamento, que tem
saneamento, estrutura, independente de ter denominação ou não, é
cadastrada. A rua sobre a qual se paga
tributos é cadastrada.
O Sr. Nereu
D'Ávila: Se
a rua não é oficial, creio que há o problema de ela enquadrar-se na lei. A rua
não tem todo um cercamento legal, não tem as prerrogativas legais, mas tem uma
estrutura consagrada pela população. Aí sou obrigado a dizer que precisaria de 2/3 dos moradores da rua,
senão, tenho razão ao dizer que o processo não está bem estruturado.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Mas temos aqui 90% dos moradores da Cascatinha, que é um pequeno trecho de
avenida, há somente um prédio nessa rua com seis unidades. Dessas seis
unidades, cinco concordaram, e o sexto não foi procurado porque colocou o
apartamento a venda. Então, a totalidade dos moradores concordaram com a troca
da denominação. Então, eles foram ouvidos. Essa nova Lei aprovada pela Casa
exige que somente setenta e cinco por cento dos moradores do logradouro sejam
ouvidos. Vejam que tivemos cuidado e, por isso, anexamos o abaixo-assinado ao
Processo, mesmo não havendo necessidade, com a totalidade dos moradores concordando
com a troca de nome. Cem por cento dos moradores existentes hoje. É
extremamente clara a minha preocupação de que não se passe aqui a informação de
que esta Casa cometeu uma ilegalidade. Se tivermos que assumir, Ver. José
Valdir, que o Prefeito Raul Pont se
equivocou quando vetou, é uma outra
discussão.
O Sr.
Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Lei diz que o
plebiscito deve ser feito com as pessoas da rua e do entorno.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Não
vamos passar uma informação equivocada, Vereador. A questão do plebiscito não
foi regulamentada por esta Casa. O Ver. Isaac Ainhorn tem absoluta razão quando
diz que jamais foi feito algo parecido, porque não existe regulamentação.
Haveria a necessidade de ocorrer um plebiscito se fosse uma denominação
oficial. Não é uma denominação oficial; temos o documento assinado pelo
Prefeito Municipal. Então, entendemos claramente que não há necessidade de se
fazer um plebiscito, e a esmagadora
maioria dos moradores da Cidade de Porto Alegre concorda com a troca desse nome
consagrado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra
para discutir.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, essa Lei aprovada - ao que parece -, gerando esse
Veto, e aqui nós o discutindo, é extremamente constrangedor, porque a figura de
Oswaldo Rolla não merecia esse tipo de discussão. Penso que foi um
equívoco muito grande ter sido aprovada
a Lei - pelo menos para aqueles que consideravam que ela não era legal - e o
equívoco maior ainda quando foi aposto o Veto, no momento em que havia uma
consagração, por parte da Casa e da população, no sentido de se fazer essa homenagem a Oswaldo Rolla, nosso querido
"Foguinho".
Também entendo que o Ver.
Záchia tomou as cautelas devidas, conforme expôs na tribuna, fazendo
primeiramente a consulta ao Poder Executivo.
Lamentavelmente, neste fim
de semana, tivemos a perda do Dr. Gilberto Medeiros, irmão do nosso querido
Leão de Medeiros, Diretor-Geral da Casa. Aproveito, inclusive, para fazer neste
momento a minha homenagem ao Dr. Gilberto Medeiros, e creio que é o sentimento
de todos os companheiros aqui presentes com relação a essa figura maravilhosa
que, tenho certeza que, pela sua história, pelo seu passado e pelo seu
trabalho, será merecedora também, oportunamente, de uma homenagem desta Casa.
Imaginem se formos fazer alguma escolha que crie um constrangimento dessa
natureza! Porto Alegre está aí, já há
quatro meses, discutindo a homenagem à figura tão importante, tão maravilhosa
do nosso querido "Foguinho", porque houve equívocos por parte da
Casa.
O Sr. Isaac
Ainhorn: V.
Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. aborda muito bem. Há verdadeiras pérolas no
acervo de designações vetadas pela Administração do PT. Recordo-me que, certa
feita, fui autor da mudança da designação do Arquivo Histórico de Porto Alegre
para Arquivo Histórico Moisés Velhinho. O então Prefeito de Porto Alegre,
Olívio Dutra, vetou essa designação, Veto esse derrubado por esta Câmara
Municipal.
Há alguns Vereadores aqui
que em determinado momento estão inovando. Eles querem que só as pessoas
ligadas à região tenham o seu nome como designação de rua. Certamente, uma
pessoa com dimensão universal vai ter a restrição da Câmara. Eu, por exemplo,
estou designando uma rua muito modesta da Cidade de Albert Sabin, pela
extraordinária expressão que ele tem. Mas, certamente, haverá algum Vereador de
mentalidade estreita, tupiniquim - sem nada de resistência à cultura indígena -
com uma visão tacanha e xenófoba, que vai dizer: "Não. Albert Sabin não
vai poder ser nome de rua porque não tem uma ligação local com a rua ou com
a comunidade!".
Agora, em relação ao Veto,
isso pode acontecer aqui. Quem duvida? V. Exa. já viu coisas piores aqui. Eu
quero dizer a V.Exa. que tudo isso se deve, fundamentalmente, a um hiato que
hoje existe entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo, porque o Prefeito
Pont não dialoga com a Câmara Municipal. Infelizmente, o Vice-Prefeito, essa
extraordinária figura de José Fortunati, foi desautorizado, porque ele
pretendia fazer um diálogo com esta Casa e, de repente, isso aí acabou.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: Continuando
a minha manifestação, gostaria de dizer a V. Exas. que, realmente, é muito
constrangedor, para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, esse tipo de
posição e mais constrangedora, ainda, a postura assumida pelo Executivo.
O SR.
PRESIDENTE: A
Vera. Tereza Franco se inscreve e cede o seu tempo a V.Exa. com a concordância
dos Vereadores João Dib e Décio Schauren.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: Agradeço
à Vera. Tereza Franco a gentileza da cedência do tempo. Gostaria de fazer uma
análise de que, muitas vezes, ocorre um equívoco no mérito das matérias que
aqui são propostas. Há um outro Projeto de Lei do Ver. Záchia que prevê a
redução de 3% para meio por cento da
alíquota do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. Porém, eu estava vendo o
Projeto do Ver. Záchia e ele estendeu aquilo que já foi uma proposição minha.
Eu o apresentei aqui há três anos, nós aprovamos, foi legal, regimental e
sancionado pelo Prefeito. Eu estendi o benefício, que só era concedido a quem
tinha imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação - o antigo BNH -,
a quem comprava o imóvel diretamente das empresas incorporadoras e
construtoras, os famosos "Plano 100". Então, estendi esse benefício,
o Executivo considerou legal e regimental, a Câmara aprovou e foi sancionado
pelo então Prefeito Tarso Genro. Agora, eu vi que o Ver. Fernando Záchia
acrescentou aquela minha Emenda também para os contratos hipotecários. Na
verdade, Srs. Vereadores, o que existe são equívocos do Legislativo quando analisa uma matéria e, em determinado
momento, considera que é válida, é correta, é legal, é regimental. Daqui a pouco,
conforme o interesse, não é mais legal, não é regimental e não interessa mais.
Então, esse tipo de postura
é que o Legislativo e o Executivo devem analisar, porque nós não podemos fazer
interpretações conforme o momento, conforme as ondas. Hoje nos interessa
interpretar de uma forma, amanhã nos interessa interpretar de outra. A Comissão
de Justiça da Casa também não pode ficar à mercê desse tipo de condução. Então,
por exemplo, quando o Ver. Fernando Záchia apresentou a matéria, que passou
pelas Comissões, que foi reconhecida como legal e regimental, se existia uma
denominação popular, mas não existia uma denominação legal e ele resolveu dar
aquela denominação, o melhor teria
sido, se as Comissões entendessem o contrário, ter sido rejeitada em todas as
Comissões. O Projeto não viria ao Plenário e não haveria esse constrangimento
todo. Porque o pior de tudo é esse constrangimento que a Câmara Municipal e o
Executivo criam à figura de Oswaldo Rolla, por total falta de sensibilidade.
Esse tipo de situação é que nos deixa numa relação extremamente negativa aos
olhos do povo. Como é que a população vai entender que, de repente, se aprova
uma homenagem a Oswaldo Rolla, depois não se quer mais homenagem a Oswaldo
Rolla, depois se veta, se manda derrubar o veto... Enfim, é uma situação muito
desagradável.
Então, quero dizer ao Ver.
Fernando Záchia que me solidarizo com V. Exa., que não estava aqui na primeira
vez que foi votado o seu Projeto, mas lamento que tenha gerado tanta discussão.
Considero que Oswaldo Rolla não merecia essa discussão toda e que deveria ter
transitado rápida, célere, a homenagem. Espero que quando for feita a homenagem
ao Dr. Gilberto Medeiros, não se passe por um constrangimento semelhante, ou
mesmo a qualquer outra personalidade que pelo seu trabalho feito na Cidade de
Porto Alegre, pelo seu reconhecimento público no Estado, ou no País ou no
mundo, que esta Casa queira homenagear e que não se tenha que passar por esse
tipo de constrangimento. Por isso, Srs. Vereadores, queremos manifestar a nossa
posição pela derrubada do Veto, porque acreditamos que Oswaldo Rolla mereça a
homenagem, independente de entender as razões daqueles que pensam em contrário.
Mas, em respeito a tudo aquilo que Oswaldo Rolla representou e representa,
creio que a hora é de prestar essa homenagem e encerrar esta página, que
não é muito positiva para todos nós.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, são 17 horas e 58 minutos. Faltam dois minutos
para, regimentalmente, ser encerrada esta Sessão. Vamos ter que
fazer o Requerimento para prorrogá-la por mais duas horas, e vou votar
contrariamente, porque eu cheguei aqui às 14 horas e não vi fazerem nada. Na
verdade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
temos 13 vetos para serem
analisados e a Câmara pára, no dia de
hoje, até que os 13 vetos sejam analisados, não acontece mais nenhuma votação;
tudo está sobrestado na forma da Lei
Orgânica. Nós estamos discutindo o quê?
Alguém, com o seu inflamado discurso, vai mudar a opinião de algum Vereador
desta Casa? Não. Alguém vai se atritar
com outro Vereador? É muito possível, porque muitos que aqui vêm pensam
que são os donos da verdade. O PT diz que é lei, mas quando fizeram a
rua José Oliveira, quando não existia a rua, considerava que estava certo.
Então, não venham me dar lição de lei.
Eu não vejo por quê, duvido que alguém
tenha o seu ponto de vista mudado aqui. Creio que deveríamos encaminhar os
Vetos - é claro que quem teve o seu projeto vetado tem o dever até de falar,
quem está contra a posição do autor do
projeto deve falar. Mas, dois Vereadores, seriam mais do que suficiente.
Ninguém muda o voto de ninguém. São 18h, Sr. Presidente, e se encerra
regimentalmente esta Sessão. E porque ela se encerra, e porque eu sou legal e
regimental, eu apenas digo: saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esta Sessão deve ser encerrada às 18h04min, mas como
já são 18 horas, vamos colocar em votação um Requerimento para prorrogação da
Sessão por mais duas horas a fim de esgotarmos a Ordem do Dia. Em votação
nominal, por solicitação do Ver. Pedro Ruas. (Após a chamada.) APROVADO por 19 votos SIM, 7 votos NÃO e 2 ABSTENÇÕES.
Ver. José Valdir, se V. Exa.
está solicitando uma Questão de Ordem, terá que citar o artigo do Regimento a
que se refere.
O SR. JOSÉ
VALDIR: É
para um requerimento, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE: Tem
a palavra V. Exa.
O SR. JOSÉ
VALDIR (Requerimento): Requeiro que V. Exa. informe se o Ver. Hélio Corbellini está em
representação e, se está, o que está representando.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Hélio Corbellini está em representação desta Casa nos atos ecumênicos
realizados na FEBEM. Deferimos e comunicamos à Liderança de V. Exa., Vera.
Maria do Rosário, para que, se quisesse, indicasse um representante.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. ISAAC
AINHORN: Para
um esclarecimento, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE: Tem
a palavra V. Exa.
O SR. ISAAC
AINHORN (Esclarecimento): Desde que nos instalamos aqui, a Liderança do meu Partido vem cobrando
sistematicamente o lugar deste Vereador na sua tribuna, que não está disposto
na ordem do Plenário anterior. Eu sei que V. Exa., permanentemente, tem-me
honrado com convite para integrar a Mesa dos trabalhos, uma vez que sou um dos
Vice-Presidentes desta Casa. Como normalmente os Vice-Presidentes usam suas
tribunas normais, como os demais membros da Mesa, apelaria a V. Exa., com alto espírito de magistrado, que preside
as suas ações, que buscasse uma adequação com a direção administrativa da Casa
para que encontrasse uma solução, eis que este Vereador se encontra itinerante
nos lugares de seus colegas que não dispõem de lugares específicos. Sou grato.
O SR. NEREU
D'ÁVILA (Requerimento): Sr. Presidente, a Bancada do PDT foi a única neste Plenário que teve
seccionada a sua representação: dois estão aqui, dois estão lá na ponta. O meu
Requerimento é para que na próxima reunião da Mesa com as Lideranças, pudéssemos
entrar em acordo, porque aqui, neste momento, não vai ser possível.
O SR.
PRESIDENTE: Na
próxima reunião de Mesa, quarta-feira, nós estaremos discutindo esse tema.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente, esse é um tema realmente de acordo. No entanto, à nossa esquerda
existem determinados lugares que estão vagos. Teremos imenso prazer em ter do
lado esquerdo do Plenário mais alguma Bancada para compartilhar conosco da
possibilidade que temos de ver o mundo a partir deste ângulo.
O SR. ISAAC
AINHORN (Esclarecimento): Eu fico sensibilizado com a manifestação da Vera. Maria do Rosário, mas
eu escolho o meu lugar dentro das normas existentes no Plenário anterior.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Isaac Ainhorn, o Líder da sua Bancada disse que nós iríamos tratar do assunto
na reunião de Mesa.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, nós estamos perdendo muito tempo. Há dois lugares marcados: Ver.
Elói Guimarães e Ver. Isaac Ainhorn. Não tem por que não usá-los. Nós estamos
falando desse assunto a toda hora.
O SR. PRESIDENTE:
Nós vamos
tratar desse assunto na reunião de sexta-feira.
O Ver. Décio Schauren está
com a palavra para discutir.
O SR. DÉCIO
SCHAUREN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, no mínimo há dúvidas e divergências sobre se a
Av. Cascatinha é um nome oficial e consagrado, e o Ver. Fernando Záchia sabe
disso. Então, eu entendo que não podemos criticar o Sr. Prefeito ao vetar o
Projeto, porque ele entendia que a Av. Cascatinha não poderia ser mudada, a não
ser por plebiscito, como previa a Lei Orgânica.
Evidentemente, este
Vereador, pessoalmente, entendia que a mudança de nome de logradouro via
plebiscito era tecnicamente inviável, tanto que elaboramos um Substitutivo ao
Projeto de Lei do Ver. Luiz Braz, mudando essa questão para uma consulta de
dois terços à população e a aprovação de dois terços nesta Casa. O que na
verdade aconteceu é que o Ver. Fernando Záchia - não estou vendo neste momento
o Ver. Záchia no Plenário -, sem querer, constrangeu a Casa pela qualidade do
homenageado ao trocar o nome de um logradouro histórico e a votar, talvez,
contra a Lei, porque - como disse - tinha dúvidas sobre isso. Então, o Ver.
Fernando Záchia, sem querer, constrangeu a Casa; ninguém tem dúvidas sobre o mérito de Oswaldo Rolla. Eu entendo
como o Sr. Prefeito.
Acredito que, tanto eu como
muitos Vereadores, nesta dúvida, votamos a favor do Projeto do Ver. Fernando
Záchia. Posteriormente, nós, inclusive, modificamos a Lei. E acredito que como
o Ver. Záchia consultou os moradores, que apenas são seis, encontrou cinco que
são favoráveis à mudança. Entendo que não temos nenhum problema, principalmente
quanto ao mérito, de derrubarmos o Veto do Prefeito e garantirmos a homenagem ao ilustre Oswaldo Rolla. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. É importante dizer que a Bancada do PDT não tem
uma posição unânime com relação a forma pela qual foi encaminhado o Projeto. Mas
temos, efetivamente, uma posição unitária quanto ao mérito do Projeto, que é
importante destacar a figura história, emblemática, simbólica de Oswaldo Rolla,
o “Foguinho”. E é por justamente reconhecer essa importância que temos em
relação ao mérito do Projeto absoluta concordância. É impossível que Porto
Alegre não tenha condições de homenagear dignamente uma figura do porte de
Oswaldo Rolla, para todo o Estado e
para todo o País. Aqui em Porto Alegre, “Foguinho” viveu os mais produtivos e
importantes momentos de sua vida. Aqui ele teve condições de,
profissionalmente, exercer de todas as
formas o seu talento, a sua capacidade de trabalho, a sua dedicação. Porto
Alegre, na verdade, se engrandece tendo uma rua chamada Oswaldo Rolla -
“Foguinho”. E é por isso que votaremos a favor do Projeto, votaremos contra o
Veto derrubando-o, porque efetivamente o mérito desse Projeto está acima de
pequenas questiúnculas legais, não afetam a essência da vida em nossa Cidade.
Por isso, derrubaremos o Veto, aliás, acredito que por unanimidade, e teremos a
rua Oswaldo Rolla - o “Foguinho”. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A questão do mérito, depois de toda essa
discussão sobre a questão legal, certamente
não tem a unanimidade desta Câmara, mas tem a unanimidade de toda a
Cidade de Porto Alegre. Quando constatamos que o futebol gaúcho chegou a este
patamar, o dos títulos do Internacional
na década 70 e o dos títulos do Grêmio na década de 80, com conquistas nacionais e também
internacionais, nós, que temos uma certa origem no futebol, sabemos que esse sucesso
que projetou o Estado e, certamente, projetou a nossa Cidade para o País todo,
tem origem nos ensinamentos do Prof. Oswaldo Rolla. Toda essa capacidade,
reconhecida no Brasil, dessa garra, dessa determinação, dessa vontade guerreira e vitoriosa do futebol gaúcho,
isso é ensinamento do "Foguinho". Isso foi uma característica marcante, ao longo de todas as atividades
do Sr. Oswaldo Rolla, quer seja como atleta, como árbitro, como treinador, como
comentarista esportivo, sempre um homem extremamente correto, um homem honesto,
um homem que fazia as suas atividades com extremo amor.
Então, Ver. Clovis
Ilgenfritz, quando V. Exa. vê o seu Grêmio; quando eu vejo o meu Internacional
naqueles grandes momentos de vitória, temos a obrigação de lembrar um pouco de
Oswaldo Rolla; temos a obrigação de saber que aquilo que estamos vendo, com o que
estamos vibrando, aquilo que
o povo porto-alegrense está festejando tem origem no trabalho de
"Foguinho". E não seria justo que, por um equívoco do Sr. Prefeito
Municipal, não diria nem uma falta de sensibilidade, porque ele, num segundo
momento, também demonstrou que tem essa sensibilidade, entendendo que Porto
Alegre tem que homenagear o "Foguinho" numa rua, localizada
estrategicamente atrás do Estádio Olímpico, onde ele, ali, fez a sua história;
onde ele, ali, fez as suas páginas mais gloriosas, Ver. Cyro Martini, no
Estádio Olímpico!
Então, havendo a
concordância dos moradores da rua, havendo a concordância de grande parte desta
Cidade, não havendo nenhuma ilegalidade neste processo - na visão deste
Vereador -, não há por que mantermos o Veto do Sr. Prefeito Municipal.
Temos que derrubar esse Veto, fazendo
uma homenagem a essa pessoa que não pediu para ser homenageada; essa pessoa que
jamais pediu que fosse um nome de rua, mas essa é uma obrigação de nós, porto-alegrenses,
e desta Cidade homenagearmos essa figura
extremamente rica e querida de Porto Alegre.
Então, peço a V. Exas.: vamos derrubar este veto, para que
possamos fazer justiça a uma história desportiva, a uma história rica de Porto
Alegre, homenageando o “Foguinho”, com o nome da Rua Cascatinha, que não é,
Ver. José Valdir, uma rua oficial, consagrada. Tenha certeza de que Porto
Alegre também vai consagrar esta rua como Av. Oswaldo Rolla, a nossa querida
Cascatinha, mas que vai passar à modernidade dos tempos.
Figuras novas vão surgindo
na história e vão substituindo outros logradouros que, até então, tiveram uma
época na nossa Cidade. Vai se tornar Av. Oswaldo Rolla, uma avenida consagrada
e querida por todos os porto-alegrenses. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo
está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, fui citado
pelo Ver. Guilherme Barbosa ...
O SR.
PRESIDENTE:
Baseado em que artigo, Ver. Jocelin Azambuja?
O Sr. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no cumprimento do Regimento Interno
Casa. V. Exa. determinou que uma cidadã, que ofendeu a Vera. Tereza Franco, não
permanecesse no recinto do Plenário, e ela se encontra desrespeitando V. Exa.
Então, neste sentido, do cumprimento do Regimento, da decisão da Presidência,
pediria, Sr. Presidente, que fosse cumprida a sua determinação.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Jocelin Azambuja, no momento da Sessão que estávamos, realmente, nós determinamos, e houve a retirada da
cidadã que havia cometido uma ofensa com relação a uma Vereadora. Eu vi que ela
voltou, e como nós estamos em um outro ponto da Sessão, não vemos maiores
problemas, desde que ela se mantenha na sua condição de assistente.
Então, eu pediria a V. Exa.
que, por favor, sei do zelo que V. Exa. tem pelo Regimento, mas nós estamos
procurando exatamente andar dentro do Regimento, sem constrangermos as pessoas,
que podem vir aqui livremente.
Estamos num outro momento da
Sessão, pelo menos, é a interpretação que fazemos do Regimento.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Sr. Presidente, se V. Exa. entende dessa forma, nós respeitamos a posição da
Mesa. Mas que sirva como exemplo esta cidadã, para que se oriente melhor
àquelas pessoas que vêm aqui, à Câmara de Vereadores, no respeito devido aos
Vereadores da Casa.
O SR.
PRESIDENTE: Agradeço
a V. Excelência. Retomamos o tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo.
Solicito à senhora, no
Plenário, que se mantenha exatamente como os outros estão, senão pedirei
novamente que V.Sa. seja retirada. Solicito também ao Ver. Gilberto Batista que
se mantenha na sua tribuna e que a assistência, que sempre nos dá muito prazer
com a sua presença, se mantenha apenas
assistindo à Sessão.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fui citado pelo Ver. Guilherme Barbosa, que
se espantou quando eu disse aqui que "um parecer parece ser". Esse
mesmo Vereador apregoou, em seus espaços na mídia, um parecer de que a
"Freeway" seria uma hecatombe universal, de que aumentaria o número
de acidentes pela criação das três faixas que a deixavam sem acostamento. Pois
a "Freeway", hoje, tem 75% menos acidentes do que no ano passado,
inclusive antes do novo Código Brasileiro de Trânsito. Por isso, Ver. Guilherme
Barbosa, aquilo que lhe parecia ser, não era. Muitas vezes um parecer parece
ser, mas não é.
Digo muitas vezes que existe
um indício, mesmo sendo sutil, inconsciente até, e que demonstra, muitas vezes,
numa atitude dessas, quando uma pessoa abre uma janelinha e mostra, à plena
nudez, toda a sua personalidade. Como a invasão do Parque Náutico, como o
processo contra o Albergue Dias da Cruz, ou no evento da Rua Oswaldo Rolla.
Esse atropelamento da Lei, quando interessa; e o rigor da Lei, quando não
interessa; mas sempre para os inimigos. O que o Ver. Guilherme Barbosa não
entendeu até agora, por exemplo, foi o que disse o Ver. Pedro Ruas, há um
pequeno óbice legal e uma grande personalidade. Há um problema social grave e
muitas vezes tem que se passar por cima
da lei para resolver esse problema social. Muitas vezes há um problema cultural
que é muito mais importante que a lei.
Devemos cumprir e amar a lei, mas existe uma coisa no ser humano, no
mundo inteiro, que talvez seja desconhecida do Ver. Guilherme Barbosa, que se chama bom senso. E o bom senso diz que a rigidez efetiva não permite muitas vezes o
funcionamento do Albergue Dias da Cruz, a diversão dos associados do
Internacional. E essa rigidez, muitas vezes, é uma intolerância consigo mesmo.
E quando eu venho à tribuna eu não personalizo, todas as vezes eu critico o
PT, eu critico a Administração
Municipal, critico a sua falta de
política, e isso está muito bem
traduzido. E esse fenômeno Oswaldo Rolla como nome de rua é emblemático, ele é
significativo, é um carimbo da administração do PT, que muitas vezes falta bom
senso, muitas vezes falta uma pequena e coerente interpretação da realidade,
para que possamos em um mínimo detalhe legal, nessa rigidez do detalhe, marcar
a presença. Quando uma presença muito maior seria dada, não pela truculência,
não por esse "amor centrado a lei", mas muitas vezes até pela
discrição, pela compreensão, e muitas vezes por uma coisa chamada bom senso. Muito obrigado .
(Não revisto pelo o orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr. Presidente, Srs. vereadores. Esse Projeto
de Lei gerou uma polêmica que durou a tarde inteira. E tranqüilamente, eu não
tenho dúvidas, de que vai ser rejeitado o Veto. Agora, ao mesmo tempo, fazendo
uma análise em cima das precauções que o Ver. Fernando Záchia teve, em
verificar que a questão do Logradouro não tinha sido resolvida nem por decreto
e nem por lei nesta Casa, e que estava em aberto. Ao mesmo tempo, ele teve a
felicidade de designar o local próximo ao Estádio Olímpico. Alguém está
dizendo, aqui, que ele sempre foi torcedor colorado, mas eu me lembro que a
única vez que Oswaldo Rolla foi trabalhar no Inter foi em 1968. Houve uma
manifestação enorme com adesivos naquela época em que a máquina colorada
estaria surgindo novamente. Como Vereador e como professor de Educação Física
eu lembro que "Foguinho" foi uma mola propulsora deste futebol
gaúcho, futebol força, tão decantado. Esse estilo gaúcho se deve muito ao
Oswaldo Rolla.
Prezados Vereadores, Oswaldo
Rolla é uma daquelas figuras que sempre foi consenso na nossa Cidade. Ele foi
brilhante em tudo: brilhante como jogador, brilhante como técnico, brilhante
como árbitro e como comentarista. Foi daquelas pessoas polêmicas, mas, ao mesmo
tempo, a sua atitude ao longo da vida foi de consenso. Portanto, o PSB
encaminha pela rejeição do Veto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Antes de anunciar o próximo Vereador inscrito para encaminhar, quero dizer que
todos os presentes estão convidados a visitar a exposição "Natureza
Baiana", da fotógrafa Cláudia Alves, que é uma iniciativa do Ver. Adeli
Sell. Essa exposição acontece em frente à Sala Adel Carvalho, aqui ao lado, a
partir das 18h30min, quando haverá um coquetel.
O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra para encaminhar.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a
discussão realizada mostrou que a matéria não era tão pacífica como parecia
inicialmente, não no que tange à homenagem, mas no que tange à validade
jurídica da iniciativa. Se alguém foi responsável por esse debate, se a alguém
deve ter debitada essa questão, eu gostaria que fosse a mim, e não ao Prefeito
Raul Pont, porque fui eu, Vera. Clênia Maranhão, que levantei inicialmente
sozinho, a ilegalidade da iniciativa. Fui eu que, na Comissão de Justiça,
consegui mostrar aos meus Pares, todos experientes, na maioria Vereadores de
mais de três gestões, como Elói
Guimarães, João Dib, Pujol, Nereu ... Então, quando essa matéria foi à sanção do
Prefeito, ele agiu como deveria agir um Prefeito. Ele tinha em mãos um Parecer
da Comissão de Justiça da Câmara de Vereadores que dizia que a iniciativa tinha
vício de legalidade. Havia discussões na comunidade.
Eu estou propugnando a
derrubada do Veto. E recebi, no meu gabinete, entidades comunitárias pedindo
que o Veto fosse mantido.
O Prefeito agiu como tinha
que agir, um Prefeito que é sério, que é responsável, e que mostrou depois que
tinha sensibilidade, sim, quando o debate foi para a imprensa, quando se
fizeram pesquisas, Ver. Fernando Záchia. Eu estava adoentado em casa quando
aconteceu um debate seu no programa do Lauro Quadros, na “Rádio Gaúcha”, quando
a população se dividia entre ser favorável ou contra. Na sua maioria era
favorável. O Prefeito ouviu os reclamos da sociedade, da imprensa, dos
esportistas e liberou a Bancada do
Partido dos Trabalhadores, a Bancada do Governo. Esse Prefeito, sim, é sério.
Ele agiu, inicialmente, sob o rigor da lei, obedecendo ao único Parecer sobre o
Projeto, que era da Comissão de Justiça. Esse Prefeito não pode ser acusado de
não ter sensibilidade. Afinal de contas, aquela rua era ou não a Rua
Cascatinha? Pelo amor de Deus, há 30
anos chama-se Cascatinha e agora, aqui, vem-se dizer que não era Cascatinha. Mas
o que é isso? Água é água ou não é água! Pedra é pedra ou não é pedra! Aquilo
ali era a Av. Cascatinha.
Ver. Fernando Záchia, este
debate vai ajudar para que essa proposta, realmente, atinja seus fins. Depois
de todo este debate, todos vamos saber que, quando passarmos por aquela rua,
vamos chamá-la: a Rua Cascatinha do Oswaldo Rolla, que quantas vezes trilhou
aqueles caminhos.
Srs. Vereadores, a saída que
este Vereador, como Relator da Comissão de Constituição e Justiça, buscou
trilhar, tenho a tranqüilidade - a clareza, como bacharel, como técnico - que é
adequada. Há vários ramos do Direito que, quando recebem uma lei mais benéfica,
podem aplicar aquela lei. Todo o embasamento para a derrubada do Veto está
calcado nessa questão técnica: no surgimento de uma nova disposição legal,
fruto do trabalho desta Câmara, do Presidente, do Ver. Décio Schauren. Nesse
sentido, a Lei mais benéfica, como é possível em vários ramos do Direito,
possibilita que venhamos a aceitar a indicação do nome de Rolla também no
aspecto legal, para que não fique nenhuma mácula, para que aprovemos alguma
coisa que seja legal. Sim, isso é possível, numa interpretação superior do
Direito, não ficando meramente numa interpretação literal, e tendo-se uma
interpretação mais extensiva.
Oswaldo Rolla, o “Foguinho”,
merece essa homenagem. Merece-a o grande Oswaldo Rolla: juiz, jogador,
treinador do Internacional, conselheiro do Grêmio; uma pessoa, como disse o
Ver. Antônio Losada, também preocupada com a sua categoria de alfaiate,
ajudando o seu Sindicato.
Mário Quintana, na área da
poesia, foi nosso poeta maior e recebeu aquele equipamento enquanto era vivo. A
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul abriu um precedente e
aquela casa recebeu seu nome.
Hoje, aqui, fazemos também a
homenagem ao maior esportista que o Rio Grande do Sul já teve: Oswaldo Rolla, o
“Foguinho”.
Por esses motivos, Srs.
Vereadores, encaminho, com muita honra, a pedido da Vera. Maria do Rosário, em
nome da Bancada do PT, favoravelmente à derrubada do presente Veto.
Viva Oswaldo Rolla e viva a
coerência! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra para encaminhar pelo PFL
O SR. GILBERTO
BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, parece que a
incoerência chegou a este Plenário. O Vereador que acabou de sair da tribuna
formulou vários aspectos desse Veto e, no final, solicita a sua derrubada. Sua
Bancada vai derrubar o Veto do Sr. Prefeito!
O SR. ELÓI
GUIMARÃES (Questão de Ordem): Diante da colocação da Presidência de que o Ver. Gilberto Batista encaminha pelo PFL.
Ele não encaminha pelo PFL; o Líder do
PFL é o Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. GILBERTO
BATISTA:
Mas fui autorizado pelo meu Líder a encaminhar esta matéria. E não se trata de
Questão de Ordem, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
Não se trata de Questão de Ordem. O Vereador Gilberto está corretamente
inscrito para encaminhar pelo PFL.
O SR. GILBERTO
BATISTA:
Tudo acontece nesta Casa e o Ver. Elói Guimarães surpreende-me com a sua
observação, já que o meu Líder, Reginaldo Pujol, autorizou-me a encaminhar este
assunto. E como tudo acontece, vamos derrubar o Veto, não interessando se é
legal ou ilegal, se pode ou não. E muita coisa nesta Casa não pode, muita coisa
é votada e não era para ser votada. Então vamos derrubar o Veto. O PFL, eu e o Ver. Reginaldo Pujol estamos solidários
com o Ver. Fernando Záchia, com sua proposta. O Projeto passou, o Prefeito
esteve aqui no início dos trabalhos legislativos, liberando a Bancada do PT
para derrubar o Veto. E dá-se essa discussão toda nesta tarde em que perdemos
mais de quatro horas discutindo um veto que vamos derrubar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Não havendo mais quem queira discutir, em votação nominal o PLL nº 132/97.
(Após chamada.) APROVADO por 28 votos
SIM e 03 ABSTENÇÕES, considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto.
(Lê.)
Não nego a homenagem a Oswaldo Rolla, "Foguinho". Não
concordo, também, com a exploração política feita em torno do assunto.
(a) Ver. Clovis Ilgenfritz”
Abstenho-me de votar porque
considero que o processo de elaboração da lei incorreu em inúmeros equívocos,
restando muitos pontos obscuros, especialmente com relação à consulta popular.
Entendo que os nomes de rua consagrados pela população, para serem alterados,
devem passar por uma consulta popular. O Ver. Záchia, na ânsia de homenagear
uma figura indiscutivelmente ilustre e merecedor do reconhecimento da nossa
Cidade, atropelou o processo, constrangendo a Câmara. A homenagem a Oswaldo
Rolla poderia ser feita de outra forma, sem que a Cidade tivesse que escolher
entre um nome de uma rua já consagrada no meio popular e a figura digna e
importante de "Foguinho". Recuso-me a votar contra um Veto correto,
técnica e politicamente e ainda mais sob constrangimento. Nada contra a
homenagem, tudo a favor da coerência e do respeito à população.
(a)
Ver.
José Valdir”
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Estou confuso, portanto peço à Mesa um esclarecimento. Declaração de
Voto vale dizer que alguém votou ou sim ou não. Abstenção, não votou. Se não
votou, como faz Declaração de Voto?
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa esclarece a V. Exa. Essa discussão já foi feita em outras vezes, aqui na Casa, e nós que já pertencemos à Casa há
algum tempo já ouvimos várias vezes os Vereadores se oporem a Declarações de
Voto quando existe abstenção. Mas a Casa sempre aceitou as Declarações e nós
continuamos dentro do que é o costume da Casa, aceitando as Declarações de Voto
quando acontece voto de abstenção.
O SR. JOÃO
DIB: Sou
grato, Sr. Presidente. Vou providenciar uma alteração no Regimento, porque
abstenção significa, para mim, que o Vereador não quis votar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO (Questão de Ordem): A minha Questão de Ordem está baseada no art. 177.
(Lê)
"Nenhum Vereador poderá
escusar-se de votar, sob pena de ser considerado ausente, salvo se fizer
declaração prévia de estar impedido ou nas votações declarar que se abstém de
votar. Após a votação, o Vereador poderá enviar à Mesa, por escrito, Declaração
de Voto que será lida pelo Secretário e integrará o Processo.”
Isto é, tem que votar.
Quando tiver abstenção, não é votar. O voto é sim ou não. Abstenção não é voto.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Sebenelo, a Mesa da Casa na verdade aceitou a abstenção como voto. Quando o Vereador não vota, ele sai do
Plenário e, neste caso, se ele sair do Plenário, não pode justificar
absolutamente nada. Mas se ele estiver dentro do Plenário, já é um costume da
Casa aceitar as Declarações. Pode ser feita uma alteração no Regimento,
Vereador, tornando mais claro este artigo e possibilitando que a Mesa ao invés
de ter que dar uma interpretação ao artigo, possa, realmente, apenas declarar o
que diz a lei.
O SR. CLAÚDIO
SEBENELO (Questão de Ordem): Desculpa pela insistência, Sr. Presidente, mas veja:
"salvo se fizer declaração prévia de estar impedido ou nas votações,
declarar que se abstém de votar". Então são duas coisas: abster de votar é
uma coisa; a Declaração é outra.
O SR. PRESIDENTE:
Sim,
Vereador. Eu posso tomar as declarações de V. Exa. até como alguma coisa que eu
partilho, só que estou seguindo o costume da Casa e o costume da Casa é
exatamente aceitar as declarações no momento da Abstenção.
Questão de Ordem com a Vera.
Maria do Rosário. No mesmo artigo, Vereadora.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Artigo 176. Na verdade, Sr. Presidente, não é nem o
costume da Casa, existe o Regimento e nós temos a possibilidade de votar
"Sim" ou "Não", ou o Vereador - tanto que está aqui
previsto no Regimento - poderá se abster de votar. Ora, nada mais justo agir
como o Presidente age, no sentido de recolher as razões da Abstenção. Então
quero defender o encaminhamento que a Mesa tem feito.
O SR.
PRESIDENTE: Vereadora,
essa é uma discussão que nós poderíamos fazer a noite toda e sempre teríamos
argumentos aqui a favor ou contra. A Mesa decidiu assim e se alguém, na
verdade, tiver algo contrário da decisão da Mesa, eu peço que, por favor,
encaminhe à Comissão de Justiça, porque é na Comissão de Justiça que
esclareceríamos a dúvida.
O SR. JOSÉ
VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Mesa, então, acatou a minha Declaração de Voto?
O SR.
PRESIDENTE: Tanto
que a sua Declaração de Voto foi lida, Vereador.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Mas
foi questionada, Presidente. Então, a Mesa mantém o encaminhamento de acato a
minha Declaração de Voto?
O SR.
PRESIDENTE: Quem
tiver alguma coisa em contrário apresente à Comissão de Justiça.
O SR. NEREU
D'ÁVILA (Questão de Ordem): Eu acato a decisão da Mesa, evidentemente, é
tranqüilo. O que não é tranqüilo, na verdade, é o próprio bom senso. Existem
dois tipos de votos: o "Sim" e o "Não", ou a
"Abstenção". Quem se abstém - o próprio termo está dizendo -
"deixa de votar", "se abstém do voto". Evidentemente, ele
não tem que declarar, porque ele saiu da votação, é voto branco.
Requeiro então, nos termos
regimentais que a Comissão de Justiça prolate uma jurisprudência, porque eu
posso estar equivocado, até porque a Mesa pensa o contrário.
O SR.
PRESIDENTE:
Peço à Diretoria Legislativa que apanhe todas as notas taquigráficas e envie à
Comissão de Justiça para que ela possa elaborar um parecer.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Nós
vamos reler a Declaração de Voto do Ver. Clovis Ilgenfritz, porque havia o
problema de uma frase que depois foi retificada.
O SR.
PRESIDENTE: Não
releia. Só releia a frase que foi retificada, por favor.
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Art. 193.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Isaac Ainhorn, se for com relação à Questão de Ordem em si, eu posso fornecer. Mas se for em relação à
questão que estamos discutindo, eu não posso fornecer.
O SR. ISAAC
AINHORN: O
Ver. Nereu D'Ávila ingressou com um Requerimento à Comissão de Justiça e a
repetição do ato de declaração de algo que se constitui inexistente, pode vir a
causar um dano.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
V. Exa. sabe muito bem que não tem efeito suspensivo. Nós estamos dizendo que,
de acordo com o costume da Casa, a Declaração de Voto, até que a Comissão de
Justiça elabore um parecer contrário, a Mesa vai ter esse tipo de entendimento.
Então, solicito que o Ver.
Juarez Pinheiro releia a frase corrigida pelo Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: (Relê.)
“Embora não tenha sido essa a intenção do seu autor.”
PROC. 1432/97 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO DO
LEGISLATIVO Nº 088/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que proíbe as lutas de vale-tudo,
em todas as suas modalidades, no Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela
rejeição do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela
rejeição do Veto Total;
- da CUTHAB. Relatora Verª
Anamaria Negroni: pela
rejeição do Veto Total;
- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt:
pela rejeição do Veto Total;
- da COSMAM.
Relator Ver. Cláudio
Sebenelo: pela rejeição
do Veto Total.
Observações:
- para
aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR.
PRESIDENTE:
Vamos colocar em discussão o PLL nº 088/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a minha Questão de Ordem é no
sentido de que não se discuta a matéria e se passe imediatamente a votação.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
se não houver nenhuma inscrição, nós encerramos o período de discussão. E como
não há nenhum inscrito, nós encerramos a discussão e passamos à votação. Como
não há Bancada inscrita para encaminhar, passamos à votação. Em votação o PLL
nº 88/97. (Após a chamada.) APROVADO por 29 votos SIM, considerando-se rejeitado o Veto
Total a ele aposto.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 3033/97 - VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 042/97, que estima a Receita e fixa a
Despesa da Administração Direta do Município para o exercício
econômico-financeiro de 1998.
Pareceres
- da CCJ. Relator
Ver. Guilherme Barbosa: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para
aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR.
PRESIDENTE:
Em discussão o PLE nº 042/97.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Estou baseado no art. nº
193, que rege a discussão das matérias.
Antes de encerrarmos a
discussão, eu gostaria de saber se na discussão há necessidade de 17 Vereadores
no Plenário.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
em primeiro lugar o art. 193 não dá abrigo a sua Questão de Ordem. Eu não vou
aceitar nenhuma Questão de Ordem baseada no Artigo 193, que diz respeito às
Questões de Ordem em geral. O Vereador
vai ter que procurar para poder, no mínimo,
fazer a Questão de Ordem baseado no Regimento.
Vereador, teremos várias
oportunidades para contraditas, só que estamos em processo de discussão.
O SR. ISAAC
AINHORN: Quero
saber se para discutir o Veto há necessidade de termos 17 Vereadores em Plenário.
O SR.
PRESIDENTE: No
período de discussão são necessários 11 Vereadores em Plenário. Na votação, são
17 Vereadores.
O SR. ISAAC
AINHORN (Requerimento): Em face da informação de V.
Exa. requeiro chamada nominal para verificação
de quórum.
O SR. PRESIDENTE:
Solicito ao
Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para
verificação de quórum.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal para verificação de quórum).
O SR.
PRESIDENTE: Doze
Vereadores presentes. Há quórum para prosseguirmos a discussão.
Em votação Requerimento de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que solicita adiamento de discussão, por uma
Sessão, do PLE nº 42/97.
Agora sim, Ver. João Dib, o
Requerimento de V. Exa. tem razão e o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn,
também. Agora nós não temos os dezessete Vereadores para votarmos o Requerimento que está na Mesa.
O SR. PEDRO
RUAS (Esclarecimento): Sr. Presidente, mesmo para votação do Requerimento precisamos fazer a
verificação de quórum nominalmente? Se não for assim, peço a V. Exa. que seja
feito dessa forma.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, parodiando o grande filósofo espanhol Ortega y
Gasset, que dizia: "A clareza é a cortesia do filósofo", eu digo que a clareza e a brevidade é a
cortesia do político. Portanto, Sr. Presidente, no encaminhamento que faço do
adiamento por uma Sessão do presente Projeto, eu faço com a convicção de que
usei este instrumento regimental para que não houvesse o encerramento da
discussão, porque a discussão é fundamental para a votação deste Veto. E não me
sinto, ainda, com a convicção formada em relação a este Veto. Acredito que
através do adiamento deste Projeto por uma Sessão terei condições de formar o
meu juízo final sobre o presente Veto, razão pela qual encaminho favoravelmente
ao adiamento por uma Sessão da apreciação do Veto em questão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, pedindo adiamento de discussão do
PLE nº 42/97. (Após a chamada.) Seis votos SIM,
02 Votos NÃO. Não havendo quórum,
declaramos encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às
l9h25min.)
* * * * *